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Escoamento do arroz refém da falta de fundos

As actividades de comercialização do arroz junto dos produtores associados no distrito da Maganja da Costa, província central da Zambézia, estão reféns da falta de fundos.

Os agentes comerciais e produtores, citados pelo Jornal ‘Notícias’, estão preocupados com a falta de escoamento da sua produção para o mercado nacional, facto que na sua óptica não compensa os esforços empreendidos nas campanhas agrícolas.

Segundo os comerciantes, os fundos concedidos no contexto do Orçamento de Investimento para Iniciativas Locais (OIIL) são exíguos e muitas vezes são atribuídos valores abaixo dos propostos pelos interessados.

Chabane Mussa, agente económico em Nante-Baixo Licungo, afirma que há grandes quantidades de arroz das campanhas anteriores em poder dos produtores mas há sérias dificuldades de comercialização porque os que deveriam comprar esses excedentes não têm poder de compra.

A comercialização, segundo a fonte, implica comprar o arroz e alugar uma viatura para o seu transporte, e quando se pede sete milhões de meticais o valor concedido é inferior ao que está no projecto e, por consequência, é difícil escoar a produção e, associada a realidade, está a falta de mercado.

Joaquina Nacuareta disse, por exemplo, que após a colheita enfrenta sérios transtornos para colocar o seu arroz no mercado, uma vez que, não existe localmente uma empresa com a capacidade de comercializar todos os excedentes dos produtores. Aliás, a associação de que é membro tem enormes quantidades de arroz nos armazéns ou em poder dos associados, sem mercado muito menos o poder aquisitivo das pessoas.

“Queremos vender esse arroz para comprar coisas que nos fazem falta”, disse Nacuareta, residente no Posto Administrativo de Nante-Baixo Licungo.

Alda Maquina é outra associada e afirma que a falta de fundos para a comercialização de excedentes agrícolas de arroz e milho poderá desmotivar os produtores associados e do sector familiar pelo facto do seu esforço não estar a ser compensado com o escoamento e consequente acesso ao mercado para a produção.

O distrito da Maganja da Costa contribui com 60 por cento do total da produção de arroz da Zambézia. Nos últimos anos tem vindo a produzir 170 mil toneladas daquele cereal, o que corresponde metade da produção nacional do arroz.

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