O grupo de vendedores de rua, de mariscos e bebidas alcoólicas, nas imediações da Praça 25 de Junho, na baixa da cidade de Maputo, está a criar imundice naquele local e em seu redor, caracterizada pelo cheiro nauseabundo provocado pela urina e restos de peixe deixados já em estado avançado de decomposição.
Segundo constatou a Reportagem do Diário do País no terreno, existem naquela zona dois grupos de vendedores de peixe, nomeadamente os provenientes de diferentes pontos das cidades de Maputo e Matola que vêm comprar marisco para revender noutros pontos e o segundo grupo que adquire os mariscos e desfilam desde a paragem dos transportes semi- colectivos de passageiros, na paragem denominada Anjo Voador, até a Praça 25 de Junho.
Sendo assim, nas noites, aparecem pessoas com fogões a assar mariscos e a venderem bebidas alcoólicas numa zona sem casa de banho, o que faz com que as necessidades menores sejam feitas na relva, plantas do jardim e arredores.
Os vendedores dos assados, quando chega a hora de recolha, despejam os restos na praça. Um funcionário da Empresa Moçambicana de Navegação (NAVIQUE) localizada nas imediações do jardim, disse que aquele local beneficiou de obras de reabilitação e não faz sentido que seja danificado.
Ele afirmou que por aquele local, não raras vezes, passam turistas que vão visitar a Fortaleza, ao lado da Praça 25 de Junho, uma das construções mais antigas de Maputo.
O estilo de construção assemelha-se, grandemente, a outras fortalezas portuguesas espalhadas pela costa africana, pelo que a Fortaleza deve ser defendida da imundíce por conter muitas das relíquias do passado colonial moçambicano, albergando, de tempos a tempos, exposições.
A fonte explicou ainda que quem estiver de visita à Praça 25 de Junho aos sábados, irá reparar que do lado do Museu Nacional da Moeda, vende-se um pouco de tudo, desde batiques a pássaros pintados, bustos esculpidos em madeira, calçado e outros.
“Há também produtos de sândalo à venda. Esta praça atrai muitos turistas, é de lamentar o que está a acontecer.
A situação ainda não é muito crítica, pede-se a quem de direito que resolva este problema antes de que se alastre”, disse.
Um proprietário de uma embarcação pesqueira, identificado por único nome de Jamú, disse que o jardim 25 de Junho está a transformar-se em mercado de peixe, pois, nas manhãs tem-se visto muitas senhoras que vêm da zona do Restaurante Marítmo comprar peixe, mas, no período da noite existem outras pessoas que vendem peixe assado e bebidas.“Este jardim já esteve mal, à hora de almoço apareciam senhoras que vendiam refeições e despejavam água suja e restos de comida. Depois de reabilitação, o jardim ficou bonito, tem uma casa de banho pública que as
pessoas não usam alegando que lhes é cobrado dinheiro”, disse sublinhando que depois da bebedeira, eles comportam- se de maneira pouco ética. Uma fonte do Concelho Municipal disse que a edilidade reabilitou aquele jardim para se tornar um local de lazer, mas, infelizmente, está sendo usado por indivíduos de conduta duvidosa que se dirigem para lá, sobretudo, na calada da noite. “É um local que, infelizmente, está a ser usado para outros fins. A intenção do Concelho Municipal era a de que o lugar fosse de lazer .Antes da reabilitação vendiam e sujavam a qualquer hora. Agora só sujam no período nocturno”, reconheceu, sublinhando que no início a Polícia Municipal tentou recolher os mariscos mas, porque não tem condições de frio para conservar produtos frescos, acabou por desistir da operação.