Um comboio da mineradora brasileira Vale carregado de carvão produzido na mina de Moatize, em Tete, descarrilou, na manhã da última Sexta-feira, na zona da Munhava quando se preparava para entrar no recinto portuário da Beira.
Do incidente não há registo de vitimas humanas nem prejuízos materiais avultados, se não pequenos danos reparáveis que se verificaram sobre alguns vagões que deitaram-se a baixo.
No entanto, o sinistro provocou sérios constrangimentos ao tráfego rodoviário na estrada nacional número seis, visto o comboio descarrilou na passagem de nível da estrada que permite o acesso de camiões ao recinto portuário da Beira.
Na sequência do bloqueio da referida estrada formou-se uma fila enorme de camiões desde a referida passagem de nível prolongando-se pela Rotunda da Munhava (antiga EN-6), semafóro da Munhava na Auto-Estrada (actual EN-6) e tendo dobrado até a zona do Vaz.
Foi necessária a intervenção da Polícia de Trânsito para assegurar a circulação de outras viaturas nos sentidos Baixa – Manga e vice-versa. Mas, uma vez a presença da polícia se fez ligeiramente tarde ao local, tornou-se difícil disciplinar o trânsito automóvel porque alguns camionistas já haviam ocupado mais de uma faixa de rodagem e não era possível nem seguir para frente nem para trás, muito menos empreender uma inversão de marcha. Gerou-se um caos autêntico.
segundo O Autarca, entretanto, essa não se trata da primeira vez que um comboio da Vale carregado de carvão produzido em Moatize descarrila na Munhava, provocando embaraço idêntico.
A penúltima vez que um incidente do género ocorreu na Munhava envolvendo um comboio da Vale não passam três semanas, mas os constrangimentos ao tráfego rodoviário nas referidas estradas não foram tão relevantes como desta vez por ter sido no período nocturno.
O director de Operações da Vele em Moatize, Paulo Horta, em conferência de imprensa nesta cidade, já havia anunciado a ocorrência com alguma frequência desse tipo de incidentes justamente na Beira.
Essa situação contrasta com as projecções iniciais que apontavam sérias dúvidas em relação a consistência da linha no troço entre Dondo e Moatize, cuja reabilitação pela empresa CCFB foi desde início sempre colocada em causa.
Desde que a Vale iniciou o transporte de carvão de Moatize até ao Porto da Beira por comboios ainda não há informação sobre registo de descarrilamento ao longo do troço que sempre foi colocado em causa, embora se saiba a circulação de comboios na via tem sido feita com a maior precaução possível.