Uma calma precária recentemente constatada na região de Darfur (oeste do Sudão) encorajou milhares de deslocados internos e refugiados a regressarem às suas terras de origem nesta conturbada província sudanesa. Regressam a pé às suas terras em Darfur, região que foi palco de violentos confrontos desde fevereiro de 2003 e para qual ainda não se conseguiu encontrar uma solução política global.
Desde o início de 2011, mais de 10 mil refugiados e deslocados regressaram ao Estado de Darfur Ocidental, a cerca de 40 quilómetros a oeste de Genaina, a capital regional, perto da fronteira com o Tchad, disse Mohamed Ahamed Al Aghbash, comissário sudanês para os Refugiados, em declarações à Agência de Notícias Sudanesa (SUNA). “É pela primeira vez que deslocados e refugiados afetados por oito anos de conflito regressam às suas terras de origem em vez de fugir das suas aldeias”, afirmou Al Aghbash.
No início de setembro em curso, o chefe da Missão da União Africana-ONU em Darfur (MINUAD), Ibrahim Gambari, observou que a violência na região diminuiu cerca de 70 porcento, graças a atividades da Missão, nomeadamente o processo político para uma resolução pacífica na região.
No entanto, observadores consideram que a aproximação e a cooperação estreita entre o Sudão e o Tchad contribuiram muito para o regresso da calma constatada na região. Segundo Al Aghbash, o movimento de regresso é particularmente visível nas aldeias de Nauru, a 40 quilómetros a oeste de Genaina e na aldeia de Al Khaimai, a 30 quilómetros de Genaina, no Estado de Darfur Ocidental. “Cremos que a melhor via é encontrar uma solução para os problemas dos deslocados e dos refugiados, para que possam regressar voluntariamente às suas terras de origem. É o que a comissão deve fazer”, disse o comissário citado terça-feira pela agência.
A MINUAD ressalta que o número de deslocados e de refugiados em Darfur baixou recentemente de dois milhões e 800 mil para um milhão e 800 mil nos três Estados da região.