O gerente do balcão do Banco Comercial e de Investimentos na vila sede do distrito de Eráti, Estêvão Parsotano, encontra-se, desde este fim-de-semana, sob custódia por decisão da Polícia de Investigação Criminal (PIC), que considera haver indícios suficientes para sua incriminação no caso do assalto ocorrido a dez dias por três meliantes munidos de arma de fogo que, na circunstância, se apoderaram de, entre outros, valores de quatro milhões de meticais.
Foram, igualmente, recolhidos aos calabouços Rachid Mamugy e Alooy Múgios, sub-gerente e tesoureiro, respectivamente, daquele balcão do BCI, que se encontra a funcionar há cerca de três meses na vila de Namapa. Após a conclusão de um trabalho de perícia, a PRM concluiu ter havido conivência de gestores daquele balcão para que os meliantes lograssem os seus objectivos.
Segundo Inácio Dina, chefe do Gabinete de Relações Públicas no Comando Provincial da PRM em Nampula, os dados em poder dos agentes da corporação que investigam o caso, que resultou, também, no roubo de dois mil dólares norte americanos, mil euros e mil rands, não convencem que se tratou de um assalto mas uma simulação por parte dos três funcionários para a retirada dos valores em alusão.
A distância que separa o balcão do BCI e o comando distrital da PRM em Eráti é de cerca de dez metros. O outro facto é que aquele balão, que é vigiado por elementos de uma empresa privada do ramo, possui sistema de alarme em funcionamento pelo que não se justifica que, apercebendo-se tratar-se de um assalto, os funcionários do balcão não tenham accionado os mecanismos de alerta.
Os primeiros dados apurados depois do assalto indicam que, para lograr os seus intentos, os meliantes teriam feito refém os três funcionários do balcão neste momento sob custódia policial, os quais sob ameaça de duas pistolas e uma AKM empunhadas pelos meliantes teriam forçosamente aberto a casa forte que culminou com a retirada dos valores em alusão.
Outras conclusões da investigação levada a cabo pelos agentes da PIC indicam que os três meliantes frequentavam nos últimos tempos uma casa de pasto onde o gerente do balcão do BCI local passava as refeições, suspeitando-se que as ocasiões serviram de pretexto para preparação do assalto que passou despercebido para os transeuntes e utentes do banco que, ao final da tarde de há dez dias atrás, se encontravam a fazer operações nas caixas automáticas ATM.
A PIC em Nampula deplora a atitude dos funcionários do BCI mandatados da agência da capital provincial por terem impedido a leitura do disco contendo as imagens gravadas pelo sistema de vigilância electrónico montado no balcão de Namapa que ajudariam a identificação dos três assaltantes, entre outros factos importantes para esclarecimento do caso.
Entretanto, recentes informações fidedígnas referem que os três funcionários que haviam sido detidos já se encontram em liberdade.