Uma das novidades do pavilhão de Moçambique na 47ª edição da Feira Internacional de Maputo (FACIM 2011) é o facto de a batata de produção nacional estar embalada em sacos que ostentam o selo ‘Made in Mozambique’, deixando a sacaria de ser importada dos países vizinhos, sobretudo a África do Sul.
“Nós produzimos muita batata aqui em Moçambique, mas os sacos para o seu acondicionamento vinham da África do Sul, o que não nos deixava satisfeitos”, disse à AIM, em Marracuene, Francisco Mungoi, produtor de batata, na região de Moamba, província de Maputo, sul do pais.
Segundo Mungoi, a produção de batata em Moçambique está a aumentar consideravelmente “e o próprio país está a crescer o suficiente para justificar um investimento na área de produção de embalagens”.
Dados oficiais indicam que Moçambique prevê, no presente ano agrícola, uma produção de 229.268 toneladas de batata reno, sendo as necessidades em termos de consumo estimadas em 277.830 toneladas, o que significa que vai ter um défice de 48.562 toneladas.
Na época agrícola 2009-2010, o país produziu 138.356 toneladas de batata e o consumo situou-se em 264.600 toneladas, tendo o défice se fixado em 126.244 toneladas.
Para o Centro de Promoção da Agricultura (CEPAGRI), a embalagem da batata em sacos “Made in Mozambique” não constitui uma grande inovação, “mas acabamos destacando esta iniciativa porque, de facto, muitas pessoas questionavam o facto de a sacaria vir do estrangeiro”.
“Estamos a tentar promover esta sacaria no conjunto dos esforços para incentivar o consumo da produção nacional”, disse Adérito Mavie, do CEPAGRI, instituição responsável pela formulação de propostas de políticas, estratégias e prioridades de desenvolvimento do sector comercial agrário e agro-industrial.
Entretanto, apesar das oportunidades de negócios no sector de embalagens que Moçambique oferece, o país ainda tem um défice de operadores e fornecedores de embalagens de papel, plástico e vidro.
Cerca de 600 expositores moçambicanos participam na presente edição da FACIM, muitos dos quais estão inscritos no Pavilhão de Moçambique e outros organizados em sectores de actividade, sendo a agricultura o mais representativo.
“Penso que este ano vamos ser muito bem sucedidos, porque logo no primeiro dia da FACIM fomos abordados por um empresário da Polónia que está interessado na nossa fruta, e hoje (Quarta-feira) ou amanhã, vamos fechar o negócio”, afirmou Marcos Lameque, fruticultor da província central de Manica.
De referir que a província de Manica já tem um programa de exportação de fruta para o mercado europeu.