A Governadora da cidade de Maputo, Lucília Hama, reconheceu, Quinta-feira, que a capital moçambicana está a registar sérios problemas de conflitos de terra, tendo alguns casos terminado em processos judiciais.
Falando, Quinta-feira, a margem da 47ª edição da Feira Internacional de Maputo (FAIM), Lucília Hama disse que o seu gabinete de trabalho já atendeu diversos casos de conflitos de terra e há associações de agricultores que se encontram divididas em relação a utilização das terras da colectividade.
“No distrito de KaMavota, há associações de agricultores que estão divididas, havendo membros que vendem as suas machambas para projectos de habitação. Mas nós aconselhamos as associações a valorizar a terra e, nela, praticar a agricultura ou fazer rotação com outras actividades e não vender esse recurso”, disse a governante.
Igualmente, Hama disse haver líderes de associações agrícolas que teimam em permanecer no poder, mesmo depois do fim do seu mandato, para assim poderem continuar a exercer algum poder sobre as terras da agremiação.
Falando no seminário sobre potencialidades da cidade de Maputo, inserido na 47ª edição da FACIM que decorre no distrito de Marracuene, desde Segunda-feira última, Lucília Hama convidou os empresários nacionais e estrangeiros a investirem na capital moçambicana, que, segundo disse, oferece várias potencialidades, particularmente nas áreas do turismo, agricultura e agro-processamento.
Refira-se que, em parte, os conflitos de terra registados na cidade de Maputo resultam da falta de grande procura por este recurso, sobretudo para fins habitacionais, agravado pela pouca disponibilidade de espaços livres.
Apesar disso, Lucília Hama disse ser possível desenvolver agricultura nos poucos espaços verdes existentes na cidade. Contudo, um dos principais desafios da actualidade prende-se com a falta de condições de conservação da produção.