Um número não especificado de crianças moçambicanas e zimbabueanas do grupo etário dos 12 a 14 anos entregam-se à prostituição na África do Sul e na província central de Manica, Centro de Moçambique, respectivamente, segundo denuncia a Rede de África Austral Contra Tráfico e Abuso de Menores (SANTAC), cuja patrona é a moçambicana Graça Machel.
Elas fogem dos seus países de origem alegadamente devido às difíceis condições de sobrevivência em que se encontram, segundo Margarida Guitunga, directora Executiva da SANTAC, que falava esta quinta-feira no Maputo num encontro de peritos da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) da área de prevenção e combate contra o tráfico e abuso de crianças da região.
“Infelizmente, elas são obrigadas a fazer trabalhos forçados e a prostituírem- se para poderem ter alguma coisa para comer e vestir”, lamentou Guitunda, apontando a região de Mpumalanga, na África do Sul, como zona onde se encontram “largas centenas de crianças moçambicanas” a exercer no ramo da prostituição infantil.
“Noutros casos elas são abusadas sexualmente e deportadas da África do Sul como se fossem criminosas”, realçou a directora executiva da Rede de África Austral contra Tráfico e Abuso de Menores.
Plano da SADC Para combater o fenómeno, a rede propõe-se fazer aprovar, nos princípios de 2012, um plano de acção da SADC de coordenação e criação de condições apropriadas para uma migração segura de crianças da África Austral entre os países integrantes.
O plano está a ser desenhado e enriquecido desde esta quinta-feira por peritos da SADC que se encontram reunidos, no Maputo, até amanhã, sábado.