Pelo menos 58 pessoas morreram em combates entre tribos rivais desencadeados sobre a posse de animais no Sudão do Sul, disse um porta-voz da Organização das Nações Unidas (ONU) na capital Juba, este sábado, em mais um sinal de instabilidade semanas após a região ter conquistado sua independência. Grupos de etnias diferentes no Sudão do Sul têm travado violentas disputas sobre a posse de gado –um elemento vital da economia indígena local– durante séculos.
Mas os números de mortes estão aumentando, após décadas de guerra civil terem deixado o território repleto de armas de pequeno calibre. Analistas dizem quem o Sudão do Sul, que tornou-se oficialmente independente em 9 de julho, pode tornar-se num Estado falido se não conseguir controlar as insurgências e disputas feudais que dividem suas tribos.
O porta-voz da ONU disse que a violência entre as tribos Murle e Lou Nuer foi desencadeada na última quinta-feira. “Houve 28 mortes em uma localidade e mais 30 em outro lugar. Também testemunhamos diversos incêndios de moradias dos Tukuls (outra tribo)”, disse o porta-voz à Reuters por telefone. Desde o começo do ano até o fim de junho, 2,368 pessoas morreram em 330 incidentes violentos na região, segundo dados da ONU divulgados em julho.
O governo do Sudão do Sul tem acusado o seu vizinho do norte, o Sudão, de armar tribos rivais e provocar insurgências para tentar minar a região e manter controle do petróleo local. Cartum, sede do governo sudanês, nega as acusações.