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Embaixada de Moçambique em Angola ainda em silêncio face à humilhação de jornalistas moçambicanos

A Embaixada de Moçambique em Angola continua silenciosa, seis dias depois da humilhação, em Luanda, de dois jornalistas moçambicanos, por agentes dos serviços de migração angolanos.

Em declaração ao Correio da manhã, o embaixador de Moçambique em Angola, António Matonse, argumentou o silêncio com o facto de aquela missão diplomática em Luanda estar ainda a recolher dados junto das autoridades de Luanda para poder se pronunciar em torno deste incidente que está a indignar diversos sectores da sociedade moçambicana.

Joana Macie, jornalista do diário Notícias, e Manuel Lourenço Cossa (Magazine Independente), foram detidos, ameaçados com armas de fogo, humilhados e recambiados de Luanda para Maputo no dia 11 de Agosto, sob alegação de que os mesmos constituem “ameaça à segurança do Estado angolano”.

“A Embaixada de Moçambique na República de Angola tomou conhecimento, via telefónica, de uma situação problemática envolvendo dois moçambicanos, no Aeroporto 4 de Fevereiro em Luanda”, admitiu Matonse.

Todavia, ele acrescentou que “a missão diplomática moçambicana está em contacto com as autoridades angolanas para o esclarecimento da ocorrência. Creio que brevemente a Embaixada estará na posse de informação suficiente e esclarecedora sobre o assunto”.

Curiosamente, o próprio Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique continua “mudo” perante este festival de sevícias inflingidas aos jornalistas moçambicanos pelos “irmãos angolanos” que a partir de hoje assumem a Presidência da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).

O Sindicado Nacional dos Jornalistas (SNJ) e o Instituto da Comunicação da África Austral (MISA-Moçambique) já emitiram comunicados condenando em termos severos a brutalidade inflingida aos jornalistas Macie e Cossa.

“As ameaças (aos jornalistas) com recurso a armas de fogo”, diz o SNJ de Moçambique, “contraria o espírito de fraternidade que tem vindo a ser cultivado entre os dois países e, sobretudo, na região, atendendo que Angola faz parte da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC)”.

Por seu turno, o MISAMoçambique considera a decisão de recambiar (os jornalistas) de imediato um exagero no exercício das obrigações das autoridades migratórias angolanas, e “promete encetar diligências no sentido de apurar as reais causas por detrás da medida extrema tomada pelas autoridades angolanas”, refere uma nota enviada ao Correio da manhã.

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