Moradores da zona de Cossore, bairro urbano de Muatala, arredores da cidade de Nampula estão, desde Janeiro do presente ano, sem água potável abastecida pelo Fundo de Investimento e Patrocínio do Abastecimento de Água (FIPAG).
Face a esta situação os residentes daquele bairro disseram à nossa reportagem que recorrem a fontes tradicionais para conseguirem o precioso líquido, percorrendo, para o efeito, longas distâncias.
De acordo com alguns dos nossos entrevistados, este problema constitui uma séria preocupação na medida em que o FIPAG continua a emitir mensalmente as respectivas facturas, exigindo o pagamento de valores elevados de água que não tem sido consumida.
A água não chega às torneiras devido ao estado obsoleto do sistema de canalização cujas rupturas não permitem que ela chegue às torneiras com a desejada pressão. Explicaram à reportagem do Wamphula Fax que teve oportunidade de confirmar o facto em alguns locais do bairro, particularmente na rua adjacente à Administração Militar.
Abordado para se pronunciar à volta do assunto, o director do FIPAG, em Nampula, João Tembo, considerou legítimas as reclamações dos referidos clientes, explicando, porém, que estas restrições verificadas no abastecimento de água em alguns bairros da cidade devem-se à deficiente qualidade da energia fornecida pela EDM que concorre para a fraca pressão da água a partir do centro de distribuição desta urbe.
A fonte anotou que os esforços levados a cabo pela sua instituição no sentido de inverter a situação têm resultado insuficientes em face do impetuoso crescimento demográfico que o município de Nampula regista, actualmente, com mais de 500 mil habitantes.
Todavia, revelou que decorrem, neste momento, acções visando o aumento da capacidade de distribuição daquele precioso líquido.
E que existem em carteira projectos para a instalação de uma central distribuidora no bairro de Muhala-expansão e duplicação do actual centro de abastecimento cuja capacidade é considerada relativamente escassa.
João Tembo não avançou os valores que estarão envolvidos no referido projecto, mas garantiu que as obras arrancam em Setembro próximo e terão a duração de 18 meses.
Concorda que, dentre os bairros mais penalizados, presentemente, com os problemas de abastecimento de água destacam-se Muahivire, Muhala e Muatala, afectando mais de trezentas famílias neste último.
Relativamente ao pagamento das facturas mensais de água, a fonte referiu que as normas preconizam que o consumidor tem o direito de reclamar quarenta e oito horas depois da emissão das facturas e, portanto, não faz sentido que o cliente pague os valores em cobrança antes de fazer a reclamação.