A China vai disponibilizar 15,2 milhões de dólares norte-americanos destinados a financiar projectos de ensino a distância e ciência e tecnologia em Moçambique. O Ministro moçambicano das Finanças, Manuel Chang, que revelou o facto, Quarta-feira, a margem da visita de seis dias que o Presidente Armando Guebuza efectua a China desde a última Terça-feira, explicou que metade deste valor (7,6 milhões de USD) será sob forma de donativo e a outra um crédito sem juros.
O facto está contido nos dez acordos rubricados hoje, numa cerimónia ocorrida no Palácio do Povo, uma mega infra-estrutura, localizada em Beijing, que alberga grandes eventos do Estado chinês.
Outros acordos visam o estabelecimento, em Moçambique, de um centro para a cooperação na redução da pobreza, o envio de técnicos chineses para assistência técnica aos 72 autocarros recentemente doados pela China para melhorar o transporte público, abertura de furos de água, e execução de dois projectos de bio-gás.
Instado a dar mais detalhes sobre os acordos e conversações de Quarta-feira, entre Guebuza e o seu homólogo chinês, Hu Jintao, Chang disse que os outros financiamentos ainda estão a ser avaliados.
Trata-se de financiamento de projectos de grande dimensão, alguns dos quais que têm carácter comercial e que podem ser financiados por essa mesma via.
O Ministro referia-se claramente ao facto de tais projectos poderem se sustentar e garantirem o retorno do financiamento, como é o caso do projecto da linha-férrea de Mutuali, que vai ligar o Centro e o Norte de Moçambique.
Outros projectos inclusos são a ponte da Catembe, sobre a baia de Maputo, que contempla a estrada Catembe – Ponta de Ouro, passando pela vila sede do distrito de Matutuíne, Bela Vista, num valor que ronda os 500 milhões de dólares norteamericanos, e a Circular de Maputo, um outro projecto que visa descongestionar a principal entrada e saída, por estrada, da cidade de Maputo, a capital moçambicana.
Não foi possível apurar os montantes envolvidos neste último projecto. Foi ainda assinado um acordo macro sobre as relações financeiras com o Banco de Desenvolvimento da China (CDB) e um outro sobre o desenvolvimento de Pequenas e Medias Empresas em Moçambique (PME’s.
Sobre este entendimento, o Ministro manifestou satisfação pelo facto de, recentemente, o Governo ter aprovado um decreto sobre o regulamento das PME’s.
“Felizmente já há esta abertura do CDB. Estamos dispostos a aproveitar este acordo para que haja uma janela muito vasta de financiamento as PME’s”, declarou Manuel Chang.
Segundo Ele, este é um entendimento para se poder avançar, mas a ideia é se identificar uma instituição que possa canalizar estes recursos para Moçambique.
Chang não excluiu a hipótese de vir a ser através de um Banco Comercial moçambicano. A China tem várias formas de conceder dinheiro, nomeadamente donativos, créditos sem juros, créditos concessionais, e créditos comerciais. Moçambique está interessado em beneficiar de todas estas formas, dependendo apenas do tipo de projecto a ser financiado.
Quanto as conversações, o Ministro disse que Guebuza e Hu abordaram ainda aspectos de carácter internacional, principalmente no que toca aos países africanos que enfrentam casos de fome e conflitos, e mesmo os que gozam de uma paz promissora, como é o caso do próprio Moçambique.
A nível da cooperação bilateral, os dois presidentes destacaram a necessidade de se encontrar outras formas de reforçar a amizade e cooperação, principalmente nas áreas social, política e económica.
No encontro em questão destacou-se ainda o papel da China no financiamento de infra-estruturas em Moçambique, algumas das quais que já estão operacionais.
Guebuza e Hu frisaram, segundo o Ministro, a questão da formação e a necessidade de se incrementar mais o número de formandos moçambicanos na China, em diversas áreas económicas e sociais.
Durante o ‘frente-a-frente”, os presidentes de Moçambique e da China acordaram para que não se avance com novas intenções de projectos sem primeiro se concluírem os que já foram até aqui acordados.