Eram esperadas 30 mil pessoas mas calcula-se que na passada terça-feira, dia 3, tenham passado por Nwadjahane, a aldeia natal de Eduardo Mondlane, cerca de 40 mil pessoas. Certo é que aquele lugar recôndito perdido do distrito de Manjakaze, na província de Gaza, nunca tinha visto tanta gente.
No dia em que se completaram 40 anos da morte do fundador da Frelimo Nwadjahane rebentou pelas costuras. Houve discursos, música, cânticos, dança e recitou-se poesia exaltando a figura de Eduardo Mondlane, o grande arquitecto da unidade nacional. Os mais altos dignitários do Estado marcaram presença, bem como elementos da família Mondlane, com destaque para a esposa, Janet e a filha mais nova Nyeleti.
No seu discurso o chefe de Estado, Armando Guebuza, enalteceu a figura do fundador afirmando que “ele [Mondlane] ensinou-nos a valorizar a contribuição de cada um para o projecto comum que era a libertação da pátria moçambicana. Mondlane não nos ensinou estas lições apenas através das suas intervenções mas também do contacto directo com os guerrilheiros, alunos e professores nas nossas escolas, com as mulheres e com os mais velhos, no interior e no estrangeiro.
” Nyeleti, a filha mais nova de Eduardo Mondlane, num discurso mais sentimental, lembrou os tempos passados com o pai na Tanzânia, nos primeiros anos da luta de libertação nacional. Recordou ainda as honras de Estado que o então presidente da Tanzânia, Julius Nyerere prestou ao funeral do fundador da Frelimo.
Nyeleti comparou ainda Mondlane a uma semente cujos frutos se reconhecem na nação e povo moçambicanos. Sob um calor abrasador – estima-se que tenham estado 40º – tomaram ainda a palavra o líder da Oposição Construtiva, Yá-Qub Sibinde, combatentes da luta de libertação nacional, e as Organizações da Juventude Moçambicana e dos Continuadores.