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Vida de Mandela é um dos chamarizes turísticos sul-africanos

Dezenas de agências de viagens sul-africanas oferecem pacotes turísticos que abordam a vida do ex-presidente Nelson Mandela, que completou 93 anos na última segunda-feira (18) e foi homenageado por toda a África do Sul no chamado “Dia de Mandela”.

O herói sul-africano, cujo delicado estado de saúde se complicou em Fevereiro devido a um problema respiratório, não é “só” um símbolo da luta pela igualdade de raças, mas também um dos personagens mais relevantes do século 20 e o principal argumento da África do Sul como destino turístico.

Se em Paris existe a torre Eiffel, em Nova York, o Empire Estate, e em Roma, o Coliseu, a África do Sul tem Nelson Mandela, o homem que lutou contra o regime de segregação racial do apartheid, o artífice da reconciliação entre brancos e negros, o primeiro presidente negro e o seu Prémio Nobel da Paz.

As atracções relacionadas com Mandela figuram entre as dez buscas mais populares na página do Departamento Nacional de Turismo da África do Sul (www.southafrica.net), e sete delas foram declaradas Património Nacional.

“A figura de Mandela tem um grande impacto no turismo; é o primeiro nome que os estrangeiros associam à África do Sul”, reconhece Sugen Pilley, director de eventos globais do Departamento de Turismo.

Uma simples busca na Internet basta para ver as dezenas de agências de viagens que oferecem destinos turísticos sob o nome de “Mandela Tour”. A empresa Firefly Tours incorporou há apenas um mês um destes pacotes turísticos nos seus catálogos.

Através do “Mandela Tour”, o visitante tem a oportunidade de percorrer todo o país, ao seguir os mesmos passos que o famoso activista pelos direitos dos negros teve que dar perseguido pelo apartheid, o regime de segregação racial imposto pela minoria branca sul-africana até 1994.

“Não é possível entender a África do Sul sem conhecer a história de Mandela, porque a sua história é a mesma da África do Sul”, explica Bruce Clements, director de operações da Firefly Tours.

Durante 12 dias, o turista cruza quatro províncias sul-africanas, com visitas a lugares históricos. Os exemplos são a casa de Mandela em Soweto; a ilha de Robben Island, onde esteve preso por 18 anos; e a sua terra natal, onde vive a tribo Xhosa; mas também reservas naturais e a rota do vinho da Cidade do Cabo.

“O ‘Mandela Tour’ é uma forma de conhecer o personagem e a história da África do Sul, mas também é, sobretudo, um fio condutor para visitar as principais atracções e lugares de interesse”, acrescenta Clements.

O legado do primeiro presidente negro da África do Sul é um dos impulsionadores do desenvolvimento económico nas zonas mais desfavorecidas do país. Há poucas semanas, o governo sul-africano licitou a ampliação do aeroporto de Mthatha, na região do Cabo Oriental.

É a província onde Nelson Mandela deverá ser enterrado e que pode transformar-se num centro de peregrinação após o seu falecimento. As autoridades sul-africanas exigem que o projecto esteja concluído em dez meses e procuram companhias aéreas que comecem a operar entre Johanesburgo e Cabo Oriental.

No Cabo Oriental encontra-se a cidade onde Mandela viveu durante a sua juventude, Qunu, onde passou o seu 93º aniversário. Lá existe também a sua povoação natal de Mvezo.

“A figura de Nelson Mandela é a que atrai a atenção a esta região, e é o seu principal atractivo turístico”, conclui Khwezi Mpumlwana, director do Museu de Nelson Mandela, em Mthatha, e do Centro de Legado da Juventude de Mandela, em Qunu.

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