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Afinal, os preços dos produtos alimentares não baixaram?

Ao contrário do que as estatísticas dizem, o preço de bens de primeira necessidade nos principais mercados das cidades de Nampula e Maputo continua a disparar em flecha. Os consumidores queixam-se do custo de vida, acusando os vendedores de especulação.

Nos principais mercados do grande Maputo, tais como Zimpeto, Xipamanine e Fajardo, @Verdade constatou que os preços de produtos alimentares como, por exemplo, tomate, arroz, peixe, farinha de milho, cebola, óleo, batata, farinha de trigo e ovos têm vindo a sofrer um aumento signifi cativo que varia entre 10 e 20 porcento. A mesma situação verifi ca-se na cidade Nampula.

Mas, segundo os dados do Instituto Nacional de Estatísticas, Maputo registou uma queda dos preços do tomate (-8,9 porcento), do coco (-19,4), de alface (-14,0), da couve (-12,9), e do frango morto (-2,0). Entretanto, Nampula viu reduzir os preços do feijão manteiga (-18,9 porcento), da farinha de mandioca (-6,1), do tomate (-10,8), da farinha de milho (-0,8), do sabão (-2,5) e de alface (-29,9).

A tabela de preços de bens de consumo praticados nos principais mercados destas duas cidades inquietam os consumidores, que têm de se adaptar a essa realidade com tendência a deteriorar-se a cada dia. Aliás, eles afirmam que o custo dos bens de primeira necessidade naqueles locais são insuportáveis, o que se repercute no orçamento doméstico.

Em Maputo, no início do mês em curso, o mercado grossista de Zimpeto deixou de ser um local onde as famílias podem adquirir produtos alimentares a preços acessíveis. A título de exemplo, o saco de 10 quilos de batata era comercializado a um valor que oscilava entre 180 e 200 meticais, mas presentemente a mesma quantidade custa entre 210 e 250 meticais.

Em Nampula, a mesma quantidade passou a custar 250 meticais, contra os anteriores 180 a 210. Alguns consumidores acusam os vendedores de especularem os preços dos bens de primeira necessidade.

Mas os vendedores afirmam que a subida de preço deve-se ao facto de grande parte dos produtos ser importada. “Nos meses passados, o preço da batata era mais barato e, actualmente, varia”, diz um vendedor para depois acrescentar que a falta de organização entre os comerciantes é uma das razões que contribui para os diversos tipos de preços praticados nos mercados.

Agostinho, vendedor de cebola, reconhece que tem havido uma subida galopante de preços. Neste momento, o saco de 10 quilos de cebola é vendido a 180 meticais, contra os 160 praticados nos dois últimos meses e comenta que os preços oscilam diariamente como consequência do que se verifica nos locais onde os vendedores adquirem a mercadoria.

Além da subida de preços da cebola e batata, também se regista o incremento de preço de amendoim grande, feijão manteiga, farinha de milho, sendo apenas o tomate o produto cujo preço registou uma ligeira redução. Segundo alguns vendedores, o preço de tomate varia de acordo com a qualidade do produto.

A subida de preços não só inquieta os consumidores, como também prejudica o negócio dos vendedores, pois os produtos estragam-se, uma vez que as pessoas não compram.

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