No Grande Maputo, a avenida Eduardo Mondlane, é, de segunda a sábado, um autêntico formigueiro. Homens, sobretudo jovens, em perene movimento, povoam as bordas das lojas e prédios da artéria que ostenta o nome do arquitecto da unidade nacional. Alfinete Rufo é um deles.
O ano 2005 caminhava lento quando Alfinete Rufo foi obrigado a deixar a sua terra natal, Chókwè, na província de Gaza rumo à Maputo. Agora com 18 anos ele diz que teve que tomar aquela atitude porque o pai – quando completou 15 anos – “disse que já era adulto e que tinha que sair da casa dele”. Tentou arranjar emprego na cidade de Xai-Xai como empregado doméstico, não conseguiu. Conheceu um amigo que vinha à Maputo, arranjou dinheiro e para aqui abalou.
Ele está, actualmente e desde há três anos, a trabalhar como vendedor informal na avenida Eduardo Mondlane. Alfinete vende vernizes, lâminas, escovas para diversos fins, alfinites, missangas, pentes, fósforos, etc.
O preço médio na banca ambulante de Alfinite Rungo é de 10 Meticais. Uma escova de dentes custa 15 Meticais, uma caixa de fósforos um Metical, um sabonete 7,5 Meticais, uma lâmina um Metical.
Alfinete diz que para vender nos passeios daquela avenida “é preciso ter fibra, parece fácil, mas a realidade é outra”. Ali quem chega quer descontar os preços, quer comprar muito e barato.
Se nas lojas o dia útil começa as 8h 30 e acaba as 18h para Alfinete é diferente: o dia útil começa as cinco e só termina quando consegue fazer pelo menos o dinheiro de regresso à casa.
Qual é o segredo de Alfinete? Descobrimos que é uma pitada de amor e outra de vida./ Redacção