A Bolívia foi ao Tribunal Internacional de Justiça de Haia para que o órgão avalie sua demanda marítima com o Chile, e alertou sobre os seus direitos quando se desenvolve um diferendo similar entre Santiago e Peru.
Segundo o vice-chanceler, Juan Carlos Alurralde, citado pela jornal estatal Cambio, procedeu-se à chamada reserva de direitos a respeito do acesso soberano ao Oceano Pacífico arrebatado por tropas chilenas numa guerra do século XIX. O Peru também exigiu do Chile a soberania de uma zona marítima de aproximadamente 37.900 quilômetros quadrados no Pacífico.
Essa zona está próxima à linha da Concordia, em Arica, por onde se poderia estabelecer um corredor geográfico para permitir uma saída ao mar da Bolívia, segundo disse a ex-chanceler chilena e atual congressista Soledad Alvear. Nesse contexto, no dia 8 de julho, uma delegação dirigida pelo Diretor de Reivindicação Marítima, Rubén Saavedra, apresentou para conhecimento da Corte de Haia, a nota diplomática através da qual o Estado Plurinacional fez conhecer sua posição, afirmou o diplomata. A chancelaria boliviana também informou a seus homólogos do Peru e do Chile sobre o conteúdo da nota diplomática apresentada em Haia.
No dia 23 de março, no ato central que marcou os 132 anos da perda do acesso marítimo, o presidente Evo Morales anunciou que seu país irá aos tribunais e organismos internacionais para fazer cumprir sua demanda. Por isso, o Executivo dispôs a criação da Direção de Estratégia Marítima, entidade encarregada de viabilizar os trâmites correspondentes.
A Bolívia perdeu a sua costa de 400 quilômetros sobre o Pacífico e um total de 120 mil quilômetros quadrados de terras na chamada Guerra do Pacífico (1879), contra o Chile.