A problemática do conflito homem-fauna bravia originou, em 2009, um total de 43 vítimas em várias comunidades do distrito de Mágoè, nordeste da província de Tete, centro de Moçambique.
Domingos Macamo, administrador distrital, disse aque a maioria das pessoas foi atacada por elefantes, leões e crocodilos, situação que preocupa o governo devido ao elevado índice de casos de morte nas comunidades provocado por animais bravios que, na calada da noite, invadem as zonas habitacionais à procura de pastos.
”Os elefantes estão a constituir os maiores invasores das aldeias, atacando pessoas e destruindo celeiros com produtos alimentícios. Devido à estiagem durante a campanha agrícola finda, o distrito não teve pasto suficiente em termos de capim e ervas para alimentação destes paquidermes, e a única saída foi assaltar os celeiros nas comunidades”, explicou Macamo.
Segundo o administrador, o programa “Tchuma Tchato”, envolvendo as comunidades para a preservar e conservar os recursos faunísticos, não dispõe de capacidade para controlar e estancar a movimentação dos animais para o interior das comunidades.
Em 2010, segundo a fonte, citada pelo matutino ‘Notícias’, houve uma subida do número de casos de ataques por animais bravios em 11 porcento e 6.6 porcento de pessoas mortas. No total foram mortas 43 pessoas, das quais 11 ocorreram entre Mussenguedzi e Chinthopo.
Macamo revelou ainda que o processo de atribuição de armas de fogo para afugentar os animais bravios que originam o conflito está a causar outros problemas no seio das comunidades, pois, nalguns casos, em vez de usar aqueles meios para minimizar a situação, usam-nas para resolver brigas pessoais.
Foi deste modo que, em Fevereiro último, uma pessoa foi morta na localidade de Luia, atingida por uma bala disparada por uma das pessoas que fora atribuída uma arma para afugentar animais bravios depois de um desentendimento devido a outros factores.