É uma das poucas mulheres moçambicanas que se tem destacado no sector empresarial a nível nacional. Coloca paixão e empenho nas actividades que exerce. Nasceu na cidade da Beira e chama-se Vanize Teixeira. Tem 52 anos de idade e o seu maior desejo é tornar-se um exemplo para todos os jovens que pretendem abraçar o mundo dos negócios.
Além de empresária e dirigir a Associação de Mulheres Empresárias de Moçambique (AMEM), ela é esposa, mãe e avó, aliás, não costuma dizer que tem netos, mas ironicamente afirma que “tenho filhos da minha filha”.
@V – Há quanto tempo é empresária?
Vanize Teixeira (VT) – Sou empresária desde 1997.
@V – Qual é o ramo?
VT – Prestação de serviços.
@V – É casada? VT – Sim.
@V – Tem filhos?
VT – Tenho quatro.
@V – O que mais gosta de fazer quando não está a trabalhar?
VT – Gosto de dançar e de tocar. Toco viola. Gosto também de música.
@V – Gosta de cozinha?
VT – Gosto muito.
@V – O que mais gosta de cozinhar?
VT – Tudo o que seja doce ou salgado. Ou seja, tudo o que se faça com as mãos.
@V – Tem tempo para cuidar do marido e dos filhos?
VT – Tem de se arranjar. Além de eu ser empresária individual, também tenho uma empresa com a minha mãe denominada Muyana Artes na qual fazemos alguns trabalhos com capulana. Mas tenho de arranjar tempo para que o papel de mãe e esposa não falhe.
@V – Sai para se divertir?
VT – Saio bastante. Quando não posso, chamo os amigos para a minha casa.
@V – Qual é o estilo de música que gosta de dançar?
VT – Eu gosto de tudo, quer dizer, tudo o que puder dançar. Só não posso dançar ballet porque também as minhas pernas já não dão para isso. Mas tudo o que seja para mexer o corpo, seja valsa, salsa, tango e outras danças que há agora, eu alinho.
@V – Que estilo de música gosta de ouvir?
VT – Depende dos momentos. Se eu estiver muito agitada e querer acalmar-me opto pela música clássica, e se estiver triste e deprimida, tudo o que for para fazer barulho, seja rock, passada ou outros estilos que façam barulho de verdade, eu gosto para me demover da depressão ou do estado de espírito melancólico. Em suma, depende do estado. Se for um dia normal, qualquer música serve.
@V – Qual é o seu livro favorito?
VT – O livro que mais gostei de ler foi o “O País do Queixa-Andar” do Mia Couto.
@V – Observa algum ritual depois de se levantar da cama?
VT – Sim. Faço cinco minutos de exercícios físicos, só para o sangue circular normalmente.
@V – Como é o seu dia-a-dia?
VT – O meu dia é dividido em três partes. De manhã, trato da empresa ou das empresas e/ou associações a que estou ligada. A partir das 15 horas, eu estudo. Estou a estudar Gestão numa faculdade no ensino à distância. Os meus filhos já se formaram e agora achei que me deveria dar este presente a mim mesma. No período da noite, estou em casa com a família.
@V – Quais são os seus defeitos?
VT – Falo muito alto, faço muitos gestos quando estou a falar e sou teimosa.
@V – E as virtudes?
VT – Sou uma pessoa muito alegre, gosto de conversar e sou lutadora. Também gosto de fazer amigos, entrego-me de coração aos amigos, familiares e todos os meus próximos.
@V – Como foi a sua infância?
VT – Fui uma menina traquina, bastante agitada. A minha mãe conta que tinha de amarrar a minha perna à mesa para que eu não saísse de casa. Fui uma criança normal e não era de fazer ondas. Vivi com os meus pais e foi ao colégio de freiras. Na escola, não digo que fui uma excelente aluna, pelo contrário, fui sempre mediana.
@V – Como olha para a juventude de hoje em dia?
VT – Hoje as coisa mudaram. O que era bom na minha época, hoje não serve. Os jovens de hoje estão cada vez mais fúteis e consumistas. São poucos os que pensam no que fazem. Na sua maioria, estão preocupados com aquilo que vêem à frente e não olham para o amanhã. Não têm espírito patriótico. No meu tempo, não tínhamos preocupações com marcas de sapato ou roupa e as raparigas procuravam ser independentes ou trabalhar ao lado do seu marido. As de hoje têm atitudes diferentes: só pensam em arranjar maridos que têm muito dinheiro. Talvez isso se deva às novelas.
@V – Acha que a mulher moçambicano já ocupou o seu espaço?
VT – Ainda é difícil ocupar um espaço na sociedade moçambicana. Segundo a tradição, a mulher tem de estar sempre em segundo lugar. Mas, diga-se, já foram dados alguns passos e estamos no bom caminho. Penso que na geração da minha neta as coisas serão diferentes.
@V – Qual é o seu maior desejo?
VT – Quero ser uma empresária de sucesso e ser um exemplo para os jovens que pretendem abraçar o mundo dos negócios.
BI
Nome: Vanize Teixeira
Data de nascimento: 01/01/59
Natural: Beira, província de Sofala
Estado civil: Casada
Ocupação: Empresária
Signo: Capricórnio