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Pescamar refuta informações de pagamento de sete milhões de dólares aos piratas somalis

A direcção-geral da empresa Pescamar, uma das maiores empresas pesqueiras em Moçambique, com sede na cidade da Beira, refuta informações segundo as quais foram pagos sete milhões de dólares norte-americanos para o resgate de dois tripulantes de nacionalidade espanhola que haviam sido sequestrados juntamente com cidadãos moçambicanos quando, em Dezembro último, a embarcação Vega 5 foi aborada pelos piratas somalis na costa sul do país.

A informação correu em certa mídia nacional tendo como fonte a imprensa estrangeira. No entanto, em nenhum momento a mídia nacional fez referência ou buscou confirmação sobre esse assunto a fontes locais, entre elas podia ser a direcção da empresa Pescamar e ao governo moçambicano.

Até ao momento paira a dúvida sobre quem pagou o referido montante. Nem o director-geral da Pescamar, Felisberto Manuel, que recusa ter sido pago aquele valor pelo resgate detalhou os contornos da operação, muito menos os intervenientes.

Sabe-se, entretanto, que a informação de que havia sido disponibilizado sete milhões de dólares norte-americanos para pagamento aos piratas somalis pela libertação de dois tripulantes de nacionalidade espanhola chocou muitas famílias moçambicanas, que alegaram que a Pescamar tomou uma medida discriminatória ao privilegir cidadãos espanhóis em detrimento da maioria dos tripulantes moçambicanos que juntamente se encontravam na mesma situação.

Ademais, não foi dada explicação convincente sobre como os dois cidadãos espanhóis permaneceram em terra na Somália tendo os piratas optado por trabalhar somente com os moçambicanos até a altura em que a embarcação Vega 5 foi atacada pela marinha de guerra indiana.

Na sequência desse ataque do exército indiano que facilitou o resgate de apenas doze dos tripulantes moçambicanos, sete concidadão desapareceram, faltando apenas a confirmação legal de que todos eles terão perdido a vida no mar no momento em que a embarcação foi atacada e se incendiou na mesma ocasião.

A libertação dos tripulantes espanhós viria a ser anunciada algumas semanas depois do trágico acontecimento em que desapareceram sete cidadãos moçambicanos, mas antes já corriam informações a vários círculos de que os tripulantes espanhóis haviam sido libertos.

Mas essa informação perdeu consistencia quando os doze tripulantes moçambicanos sobreviventes ao ataque da marinha indiana não confirmaram que os seus colegas espanhóis haviam sido libertos.

Durante o período em que a embarcação Vega 5 foi sequestrada pelos piratas somalis até a mesma aportar na Somália há informações de que a Pescamar foi monitorando a situação através de uma aeronave afim fretada.

Sobrevinetes moçambicanos retomam actividades esta semana

Entretanto, O Autarca apurou do director-geral da Pescamar, Felisberto Manuel, que os trabalhadores sobreviventes da embarcação Vega-5 devem reiniciar esta semana as suas actiidades laborais na empresa.

Trata-se dos doze tripulantes moçambicanos que sobreviveram após o resgate da marinha de guerra indiana em Março último, tendo chegado ao país no princípio de Abril, depois de permanecerem aproximadamente quatro meses em cativeiro dos piratas somalis.

Felisberto Manuel disse que todos eles beneficiaram do gozo de suas férias, tendo voluntariamente manifestado o interesse de retomar ao trabalho. O director-geral da Pescamar disse acreditar que todos eles estejam recuperados sobretudo do ponto de vista psicológico e que cada um será reintegrado em conformidade com a sua profissão.

Questionado sobre garantias de segurança, a fonte afirmou estarem asseguradas as mínimas condições por forma a evitar repetição do cenário verificado no passado dia 27 de Dezembro de 2010, que culminou com o sequestro da embarcação Vega 5. “A nossa empresa criou condições necessárias de seguranca” – afirmou Felisberto Tomás.

A Pescamar adquiriu lanches de guerra devidamente equipadas para servir a marinha de guerra moçambicana para proteger a costa do país. Aliás, essa empresa não iniciou as suas actividades na data decretada pelo governo para a reabertura da época pesqueira no país, tendo preferido esperar até que as lanches e a marinha de guerra nacional estivesse disponível para proteger a costa contra os piratas.

É falso que os sobreviventes condicionaram o regresso as actividades

O director-geral da Pescamar, Felisberto Manuel, disse não constituir verdade as informações postas a circular segundo as quais os tripulantes sobreviventes do Vega 5 haviam condicionado o seu regresso ao trabalho exigem do o acompanhamento de helicópeteros e navios de guerra durante a actividade piscatória.

O Autarca contactou na Beira alguns tripulantes sobreviventes, tendo estes coraborado com o desmentido da empresa. “Nós nunca exigimos o que andam a dizer. Simplesmente estivemos a gozar o nosso direito de férias e brevemente estamos disponíveis para retomar o trabalho” – palavras de um dos nossos entrevistados.

Pedro Bene, um dos sobreviventes do Vega 5 entrevistado pelo nosso jornal afirmou, entretanto, nunca vai esquecer dos momentos que viveu quando permaneceram reféns dos piratas somalis e aproveitou a ocasião para agradecer a marinha de guerra indiana pelo resgate.

“Se não fosse a marinha de guerra da Índia o mais provável não teríamos regressado ao convívio com a nossa família. Quase todos os dias eramos ameaçados de morte pelos somalis” – recordou José Mandava, outro sobrevivente entrevistado pelo O Autarca.

Pescamar continua a pagar salários às famílias de tripulantes desaparecidos

Refira-se quando a embarcação Vega 5 na altura ao serviço dos piratas foi atacada pelo exército indiano no alto mar pegou fogo, tendo pelo menos sete tripulantes moçambicanos sido dados como desaparecidos.

Em relação a esses desaparecidos, o director-geral da Pescamar, Felisberto Manuel, referiu que a empresa continua a prestar a devida assistência às famílias das vitimas e procede normalmente o pagamento dos respectivos salários – em cumprimento as normas laborais instituídas no país.

“Continuamos a pagar os salários aos seus familiares. É um processo que vai durar no prazo estabelecido pelas normas vigentes. Para a empresa eles continuam desaparecidos até informação contrária que terá de ser comunicada pelas entidades competentes”.

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