Sofala capturou no ano passado 21 mil toneladas de pescado diverso, quantidade que representa um decréscimo na ordem de sete toneladas, uma vez que o sector das pescas na província tinha previsto uma quantidade equivalente a 28 mil toneladas.
A informação foi dada esta terça-feira ao jornal Diário de Moçambique pelo porta-voz da 8ª sessão ordinária do Governo provincial, José Ferreira, que, sobre o assunto, deu a conhecer que a pesca artesanal foi o sector que mais contribuiu ao atingir cerca de 16 mil toneladas. A seguir foi a pesca industrial, com quatro mil toneladas. A semi-industrial conseguiu apenas mil toneladas e a aquacultura situou-se abaixo das mil toneladas.
José Ferreira afirmou que alguns factores por detrás da redução da produção pesqueira têm a ver com o ambiente marinho e equipamento ligado ao sector da pesca industrial e semi-industrial. Em Fevereiro do corrente ano, o Instituto de Investigação Pesqueira veio a público dizer que, por exemplo, a Hilsa Kelee, peixe também conhecido pelos nomes de marora e magumba, está em vias de desaparecimento devido à pesca nociva. Esta situação poderá também estar ligada ao descréscimo da produção pesqueira.
O porta-voz da 8ª sessão ordinária do Governo de Sofala falou igualmente em torno das exportações do pescado, afirmando que, de um plano de quatro mil toneladas, Sofala ultrapassou a meta ao colocar no mercado externo cinco mil toneladas, incluindo o camarão.
Na mesma ocasião, José Ferreira fez menção da edificação de infra-estruturas pesqueiras, dando a conhecer que as obras de construção do entresposto no Porto de Pesca, que incluem a montagem de equipamento de frio, encontram-se concluídas. “Teve também início o trabalho de dragagem para a retirada de embarcações afundadas no Porto de Pesca” — disse a fonte. Entretanto, na mesma ocasião, o porta-voz da 8ª sessão ordinária do Governo provincial afirmou que a reunião apreciou as actividades inseridas no programa GERENA (Gestão dos Recursos Naturais) da Direcção Provincial dos Recursos Minerais e Energia.
José Ferreira referiu que, na verdade, o programa engloba duas etapas, tendo sido desenvolvida a primeira entre 2006 e 2010, enquanto a segunda se inicia no corrente ano. Em relação ao primeiro programa, a fonte referenciou que teve um financiamento de 180 milhões de coroas dinamarquesas e abrangeu todo o país. Em Sofala, o mesmo tinha como objectivo a promoção do desenvolvimento sustentável das áreas urbanas, costeiras, conservação e de criação de melhores condições ambientais para as comunidades. “Para a província de Sofala, este programa consistiu na delimitação das fronteiras de 250 quilómetros do Parque Nacional de Gorongosa e a implantação de pouco mais de 30 marcos” — indicou José Ferreira.
Em relação à segunda parte do programa GERENA, a fonte do Governo da província afirmou que o mesmo terá início no segundo semestre do corrente ano, prevendo-se consumir em todo o país cerca de 255 milhões de coroas dinamarquesas, com o objectivo de promoção de um ambiente saudável. “Está em curso a definição das instituições que deverão beneficiar deste fundo, para além de estar a ser definido o valor que será destinado à província de Sofala e para os distritos que beneficiarão do projecto. Em princípio, Marromeu e Chemba estarão integrados no conjunto dos distritos que serão contemplados em Sofala” — disse José Ferreira. Acrescentou que, no âmbito do referido projecto, serão apoiadas as políticas e estratégias nacionais, gestão ambiental no município e implementação de planos conjuntos com outros doadores, para além de ajudar a sociedade civil a promover a prestação de serviços ambientais.