A Policia de Investigação Criminal (PIC), em Nampula, esta no encalço de um cidadão ruandês, identificado pelo nome de Niyomugabo Jelard, por sinal militar no activo do exército daqueles pais africano, indiciado de imigração ilegal e tentativa de assassinato contra Gaspar Nsengimana, um cidadão burundês estabelecido na cidade capital daquela província e que explora o ramo transporte público de passageiro.
Segundo consta de um processo registado com o número 02/PIC/011, Niyomugabo Jelard foi alegadamente contratado a partir de Ruanda por Esperança Uwingeneye, também de nacionalidade ruandesa e esposa de Gaspar Nsengimana, para supostamente assassinar aquele. Niyomungabo Jelard entrou no território moçambicano, concretamente no centro de requerentes de asilos de Maratane, em Nampula, no mês de Abril findo, fazendose passar por refugiado oriundo da região dos grandes lagos, onde permaneceu alguns dias e depois mudou-se para a casa de um Congolês de nome Ngango Shabani. Foi Shabani que, desconfiando de algumas acções e roupas com características militares, que se encontravam na pasta do seu “inquilino”, decidiu denuncia-lo as autoridades policiais do centro de Maratane.
Quando os homens da lei e ordem tomaram a casa de assalto, depois de um mandato de busca ordenado pela PIC, encontraram no interior da sua pasta, uma fotografia dele (em traje militar), bem como da Esperança Uwingeneye, esposa de Gaspar, (numa pose de abraço intimo com um vizinho de Gaspar Nsegimana) bem como os números de contacto telefónico de Gaspar e da suposta mandante do crime. Foi através dos contactos telefónicos que a polícia usou para iniciar a investigação e chegar as pessoas de possível relação com o militar ruandês.
Tanto Niyomungabo Jelard, bem como Esperança Uwingeneye, estão a ser procurados pela Policia encontrandose em parte incerta, não existindo assim a versão destes sobre as fotografias encontradas. Gaspar assegurou-nos que antes da apreensão das fotos, o filho teria lhe assegurado que a mãe estava a tramar o seu assassinato, para se apoderar do património familiar (constituído por uma frota de machimbombos que se dedicam ao transporte de passageiros de Nampula à Quelimane), dai que não duvida que o militar ruandês tenha sido contratado para execução do crime.
Em 2007 eu meti uma queixa na polícia a pedir para investigarem os rumores que apontavam para a existência de uma acção para me assassinarem, mas infelizmente as autoridades nunca ligaram e só este ano começam a relacionar os factos, a partir das fotos encontradas – referiu Gaspar. O Centro de requerentes de asilo e de refugiados de guerra de Maratane, alberga actualmente mais de 12 mil pessoas provenientes de alguns países dos grandes lagos, como Congo Kinshasa, Ruanda, Burundi bem como do corno de África, nomeadamente Somália e Etiópia.