As exportações moçambicanas deverão aumentar em cerca de 3%, em 2011, fruto da diversificação do mercado externo e de produtos nacionais, segundo projecções do Fundo Monetário Internacional (FMI) a serem apresentadas publicamente, próximo dia 30, em Maputo.
O cenário irá ser favorecido pela forte recuperação da actividade económica mundial que se regista após a crise financeira e económica despoletada em 2007, na área imobiliária dos Estados Unidos da América (EUA), segundo a mesma instituição no seu relatório acabado de ser publicado em Washington, nos EUA.O documento contém uma análise extensiva e circunstanciada dos desenvolvimentos económicos recentes da África ao Sul do Sahara, bem como faz uma resenha das perspectivas económicas, a curto e médio prazos, e estabelece recomendações de políticas a serem seguidas pelos governos dos países daquela subregião da África.
O lançamento, em Maputo, do documento estará aberto ao público, particularmente, à comunidade académica, oficiais seniores de instituições públicas, parceiros do desenvolvimento, sector privado e sociedade civil moçambicana.
O representante-residente do FMI, em Moçambique, Victor Lledó, encarregar-se-á de apresentar o documento, ficando a moderação e comentários a cargo de docentes da Faculdade de Economia da Universidade Eduardo Mondlane, nomeadamente Salomão Munguambe e José Chichava.
Inflação & crédito privado
O supracitado documento do FMI projecta, entretanto, que a inflação em Moçambique será de 6,7%, em 2012, devido à “política monetária que irá continuar acomodatícia”, avançando, entretanto, que desde 2009 as taxas de câmbio dos bancos centrais da África ao Sul do Sahara estão a baixar, contra crescimento real das moedas que agora está acima do pico atingido antes da crise financeira mundial.
Com relação ao crédito privado, o FMI avança que o mesmo está a crescer lentamente devido “a preocupações sobre o risco de crédito” por parte dos agentes económicos, permanecendo entre 3 e 4% as taxas de juro reais devido a pressões inflacionárias.
Refira-se, entretanto, que Moçambique, Nigéria e Quénia registaram nos meados de 2010 aumento de taxas de juro nominais devido ao agravamento da inflação, segundo ainda o FMI.