O corpo docente e funcionários da Escola Secundária Mateus Sansão Mutemba, na cidade da Beira, acusam o director da mesma de estar a promover uma má gestão daquele estabelecimento de ensino público.
Numa carta enviada à redacção do jornal O Autarca, os docentes e funcionários em geral da “Mutemba” referem que o director usa de forma indevida o orçamento de funcionamento da escola, denunciando que recentemente retirou ilegalmente dos cofres da instituição certo valor para compra de seiscentos sacos de cimento destinados a sua obra.
Esta prática, segundo acusam, o director promove com a conivência da chefe da secretária da escola, também denunciada de apoderar-se de forma ilegal de fundos do estado.
O director da escola é acusado ainda de promover ambiente de servelismo e amiguismo na instituição, sendo que os professores e funcionários que não vão de acordo com as suas práticas ilegais são imediatamente transferidos para escolas de nível inferior.
A carta refere que o director usa capa do partido Frelimo e acusa os professores que não alinham com a sua gestão duvidosa de membros da oposição. “Basta alguém discordar com as suas práticas o director acusa-o logo de membro da oposição. Pensamos que essa atitude do director não é correcta sobretudo num estado de direito democrático”.
Na opinião dos docentes e funcionários da “Mutemba”, o director daquele estabelecimento de ensino público está a promover uma prática que desfavorece o próprio partido Frelimo, anotando que estes procedimentos desanimadores e discrimintarórios podem influenciar os professores e funcionários a abandonarem o partido governamental e filiarem-se num outro partido da oposição.
Chefe da secretaria acusada de usar esquemas para facilitar sobrefacturação
A chefe da secretária da mesma escola acusada de actuar em conivência com o director, é denunciada na carta enviada à nossa Redacção de promover esquemas ilícitas que facilitam a sobrefacturação para benefício próprio.
A carta refere que o processo de procurment ela sempre faz sozinha, retirando a transparência necessária e facilitando para negociar sobrefacturação junto as entidades fornecedoras.
Deram exemplo da aquisição recente de material informático constituído por oito computadores e uma máquina fotocopiadora, além de mobiliário para o gabinete do director, sem que tivesse sido lançado algum concurso público como recomendam os procedimentos sobre aquisição e contratação de bens e serviços para o Estado.
A carta refere que na sequência desses esquemas a chefe da secretária em tão pouco tempo conseguiu comprar uma mini-bus da marca toyota hiace.
Computador some da escola sem explicação
Na sua carta, os professores e funcionários em geral da “Mutemba” exigem igualmente as autoridades de direito para investigarem o sumiço de um computador da instituição sem nenhuma explicação.
Para encobrir ou procurar dar a entender que o computador foi roubado, a direcção da escola está injustamente a penalizar três guardas, os quais além do salário que recebem ser miséro tem agora de suportar um desconto de seiscentos meticais por um período de 24 meses.
Venda de vagas
A chefe da secretária e o director da escola são igualmente acusados de promover venda de vagas, negócio que chega a render valores chorudos.
Na carta enviada à nossa Redacção, os professores e funcionários da escola referem no início deste ano haviam sido reservadas algumas vagas para os funcionários eventuais, mas a última da hora os mesmos foram obrigados a pagar cada um uma importância correspondente a mil e quinhentos meticais para se beneficiarem das mesmas.