A eventual construção de uma conduta para transporte de minério de ferro do Zimbabwe para o porto da Beira, em Moçambique, poderá prejudicar aquele país, consideram fontes citadas pela imprensa de Harare.
Segundo a Rádio Moçambique, o plano de construção do “pipeline” não foi ainda confirmado pela empresa indiana Essar África, registada nas Maurícias, que comprou a siderúrgica Ziscosteel, do Zimbabwe, mas que admitiu essa possibilidade.
”Relativamente à construção do “pipeline”, isso faz parte das questões que vamos discutir com o governo”, disse Firdhose Coovadia, director da Essar África, citado pelo Herald, de Harare.
O jornal, um dos mais influentes do país, considera que a conduta facilitará a exportação do minério de ferro em bruto, “com o resultado do país ser o maior perdedor”.
Em causa, defende, está o facto de o minério ser exportado em bruto, sem tratamento, o que não beneficia os esforços de reabilitação da Ziscosteel, fechada desde 2008. O Zimbabwe dispõe de reservas de minério de ferro avaliadas em 39 mil milhões de toneladas, uma parte das quais detidas pela Ziscosteel, que tem direitos em diversas áreas.
”Parece que o objectivo final da Essar foi o de ter acesso a grandes quantidades de minério de ferro para as suas grandes operações de produção de aço lá fora”, denuncia o Herald.