Os motoristas moçambicanos deverão a partir desta semana evitar ao máximo viajar para o vizinho Malawi ou passar por aquele território na sequência de uma ordem do governo de Bingu Wa Mutharika para a policia de transito nacional colectar, no espaço de dois meses, o equivalente a 48 milhões de Meticais (o dólar equivale a cerca de 30 meticais) para o pagamento de salários em atraso dos agentes da corporação.
Segundo a Rádio Moçambique, citando o Jornal Malawi News, a policia malawiana deverá, por si própria, produzir os seus salários através de multas a aplicar aos automobilistas.
As províncias de Tete, Zambézia e Niassa limitam Moçambique e o Malawi, pelo que, diariamente, centenas de motoristas moçambicanos cruzam o Malawi, presumindo-se que sejam eles as principais vítimas desta decisão do governo do Malawi.
A região sul do Malawi, que faz fronteira com as três províncias moçambicanas, é, por coincidência, aquela que deverá “sacar” a maior parte da receita para o pagamento dos salários da polícia malawiana.
O governo do Malawi afirmou que a colecta de receitas pelos agentes da policia de transito é um imperativo nacional e que as metas deverão ser cumpridas não perdoando a toda e qualquer infracção cometida pelos motoristas, cujas multas deverão ser pagas na hora pelos infractores.
O Malawi está aparentemente na bancarrota e sem dinheiro para pagar salários aos funcionários públicos, incluindo professores e agentes da polícia.
Há cerca de duas semanas, o antigo governador do Banco Central do Malawi disse que o país está tecnicamente falido, mas o governo indicou que isso não correspondia à verdade.