Dominique Strauss-Kahn é acusado de agressão sexual e de tentativa de violação. Uma empregada de um hotel, em Nova Iorque, diz que o líder do FMI a tentou agarrar e obrigá-la a praticar sexo oral. Strauss-Kahn reclama inocência.
O diretor-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), o francês Dominique Strauss-Kahn, foi hoje formalmente acusado de agressão sexual e de tentativa de violação horas depois de ter sido detido no aeroporto de Nova Iorque, informou fonte da policia.
O jornal “New York Times ” adianta que o líder do FMI será defendido pelos advogados William Taylor e Benjamin Brafman e que se vai apresentar como inocente. Strauss-Kahn, denominado DSK, candidato socialista favorito nas sondagens para as presidenciais francesas de 22 de abril de 2012, “foi acusado de agressão sexual e de tentativa de violação contra uma jovem mulher de 32 anos num quarto de hotel em Nova Iorque”, precisou aos jornalistas Ryan Sesa, porta-voz da polícia de Harlem (norte de Manhattan.
O incidente terá ocorrido no hotel Sofitel de Nova Iorque perto de Times Square, de onde a jovem mulher é empregada de limpeza. Strauss-Kahn interrogado na Unidade de Vítimas Especiais Depois de detido, Dominique Strauss-Kahn foi levado e interrogado na Unidade de Vítimas Especiais de Manhattan.
O líder do FMI, apontado como o eventual candidato à presidência francesa com maior possibilidade de vencer Nicolas Sarkosy, foi detido por agentes da Autoridade Portuária de Nova Iorque no aeroporto John F. Kennedy e entregue à polícia de quando se encontrava no compartimento da primeira classe de um avião da Air France, que se preparava para deslocar para Paris. Agentes à paisana entraram no avião da Air France no aeroporto John F. Kennedy e detiveram Strauss-Kahn cerca das 16:45 locais (21:45 em Maputo) depois da polícia de Nova Iorque ter recebido uma queixa de uma empregada de limpeza do hotel Sofitel, em Manhattan.
Segundo o porta-voz da polícia de Nova Iorque, a mulher, de 32 anos, disse que quando entrou no quarto de Strauss-Kahn este encontrava-se nu, tentou agarrá-la e obrigá-la a praticar sexo oral. A empregada conseguiu fugir e contou o sucedido aos seus colegas de trabalho, que chamaram a polícia. Quando a polícia chegou ao hotel, Strauss-Kahn, já o tinha abandonado de forma precipitada, tendo deixado no quarto alguns objetos pessoais, incluindo o seu telemóvel.
Segundo escândalo sexual
Um porta-voz do FMI, Bill Murray, contactado pela agência Efe, recusou-se a comentar o sucedido. Esta não é a primeira vez que Strauss-Kahn, casado com uma jornalista da televisão norte-americana e pai de quatro filhos, se vê envolvido num escândalo sexual. Em 2008, o responsável pelo FMI esteve envolvido em controvérsias depois de ter sido acusado de manter uma relação de cariz sexual com uma das suas subordinadas, Piroska Nagy, responsável pelo departamento do FMI para África. Na sequência dessas acusações, o FMI contratou um advogado para averiguar a veracidade do caso e Piroska Nagy acabou por abandonar o cargo que ocupava na instituição.
À frente do FMI desde 2007 Dada a necessidade do FMI em resolver os problemas económicos internacionais que surgiam na altura, Strauss-Kahn manteve-se em funções, acabando por se desculpar, argumentando ter-se tratado de “um erro de julgamento”.
As acusações poderão complicar as aspirações de Strauss-Kahn de concorrer à presidência francesa, já que, apesar de ainda não ter apresentado qualquer candidatura, a imprensa local indicava que o mesmo deveria estar prestes a renunciar à liderança do FMI. Segundo a legislação francesa, Strauss-Kahn, do Partido Socialista francês, teria até 13 de junho para anunciar a sua candidatura. Strauss-Kahn lidera o FMI desde 2007.