Os vendedores ambulantes, vulgo “flechadores”, da cidade de Nampula, estão a transformar as repartições públicas em autênticos mercados para a venda e exposição dos seus produtos, uma situação que já está a atingir níveis alarmantes, em virtude de estar a perturbar o curso normal das actividades naqueles sectores. Trata-se de vendedores de artigos de vestuário e de produtos alimentares, como “chamussas”, “badjias”, entre outros.
O edifício do governo provincial, que alberga o maior número das direcções provinciais existentes na província, caso dos Transportes e Comunicações, Turismo, Meio Ambiente, Plano e Finanças, Autoridade Tributária, bem como o gabinete do Governador, a secretaria provincial e, ainda, o Hospital Central, são os potenciais “mercados” dos vendedores ambulantes.
E em que nigerianos, zimbabweanos e malawianos são os principais protagonistas dos negócios de artigos de vestuário. A perturbação do curso normal das actividades naqueles sectores, não só acontece quando aqueles trazem algo de novo, uma vez que muitos funcionários chegam a largar o expediente para ir aos corredores para apreciar as ditas “novidades”, como, também, quando chega o período de cobranças.
E, por causa dos “vales”, funcionários há que fogem dos seus locais de actividades. Segundo António Maquina, secretário permanente provincial, o assunto é do conhecimento do governo provincial, que vai, em breve, emitir uma circular a interditar aquela prática de implicações negativas para o correcto funcionamento das instituições públicas.
Segundo a fonte, os edifícios públicos destinam-se à prestação do serviço público e não para servirem de bazar. A presença de um vendedor atrapalha as actividades, não podemos entrar numa repartição pública e deparamo-nos com o cheiro de chamussas, badjias ou encontrar alguém a experimentar uma blusa, cada coisa no seu sítio- sublinhou Máquina.
Segundo ele, o sector que dirige já tomou medidas sobre a matéria desde o ano passado, altura em que o acesso dos vendedores ambulantes foi vedado e fixaram-se medidas administrativas para quem violar o preceituado, processo que se estenderá para outras instituições ao longo do presente ano, uma vez que a situação atingiu as raias de intolerância.