Na manhã da sexta-feira, 29, o mundo parou para assistir à união da plebeia Kate Middleton, de 29 anos, com o príncipe William de Gales, de 28. De mãos dadas com o pai, o empresário Michael Middleton, ao som do hino “I Was Glad”, de Charles H. Hastings Parry, a noiva parecia deambular no seu longo trajecto pela nave gótica da Abadia de Westminster, no coração de Londres, ao encontro do filho da princesa Diana e do príncipe Charles, o segundo nome na linha de sucessão ao trono britânico.
Linda e serena, apesar de transparecer um justificável nervosismo, a noiva escolheu um vestido assinado pela britânica Sarah Burton, ao estilo princesa moderna. Ela não abdicou das rendas, do véu e da cauda longa, mas optou por versões fashionistas e quase minimalista deles. O vestido era de tule de seda em tom de marfim com trabalhados e uma cauda de 70 cm.
Com os longos cabelos castanhos soltos, Kate usou uma tiara Cartier de 1936, que pertenceu à rainha-mãe, e um par de brincos de diamantes em forma de folha de carvalho, que os pais lhe ofereceram.
Na mão direita onde levava o anel de noivado que William lhe ofereceu, e que pertenceu à princesa Diana, Kate segurava um bouquet concebido de acordo com o significado das flores e as tradições familiares – incluiu lírios-do-vale, em alusão à felicidade, cravíneas, sinal de coragem, jacintos, remetendo para a constância do amor, hera, que evoca a fidelidade, e murta, o próprio símbolo do casamento (os ramos de murta foram retirados de um arbusto plantado pela rainha Victoria em 1845. William usava trajes militares de cor vermelha.
A abadia abrigou 1,900 convidados, entre membros de outras famílias reais e celebridades próximas do casal, como o jogador de futebol David Beckham e a sua mulher, Victoria, o cantor Elton John e o comediante Rowan Atkinson, o Mr, Bean, grande amigo de Charles.
Lá fora, um milhão de pessoas espremia-se pelos parques e ruas de Londres para acompanhar o trajecto da plebeia rumo à igreja e o seu retomo ao Palácio de Buckingham, já transmutada em princesa e ao lado do marido a bordo da carruagem real. Estima-se que 2,4 biliões de pessoas acompanharam o casamento pela TV, Internet e Rádio – trata-se de 35% da população mundial.
Aparte os simbolismos e significados, audiências, recordes e dividendos, pairou sobre toda a pompa e circunstancia o olhar apaixonado do jovem casal.
E a sensação de segurança do príncipe, que pôde escolher a sua companheira por amor, ao contrário dos seus antepassados. Quando Kate chegou ao altar pelo braço do pai o príncipe, em jeito de desculpa, disse ao futuro sogro com um tom de humor bem britânico “era suposto ser uma coisa simples e familiar”. Houve espaço, inclusive, para gestos de carinho explícito. Ao deparar com a amada, deslumbrante de noiva, William desferiu: “Estás linda”, como qualquer mortal enamorado.
Como disse o bispo de Londres, Richard Chartres, na sua homilia, “todo o casamento é real”. O inverso também é verdadeiro: um príncipe pode amar como um plebeu. Uma hora e um quarto depois, a plebeia Kate Middleton saiu de Westminster já duquesa Catherine de Cambridge (título que a rainha “ofereceu” de presente aos noivos).
Depois os recém-casados desfilaram pelas ruas de Londres, no percurso entre a Abadia de Westminster e o Palácio de Buckingham, numa elegante carruagem secular descapotável puxada por quatro cavalos puro-sangue.
Chegados a Buckingham, onde entraram pelo portão principal, apenas usado em ocasiões solenes, Kate e William dirigiram- -se à varanda principal do palácio para cumprir uma tradição que todos aguardavam: saudar os súbditos, primeiro os dois, depois rodeados pelos familiares mais próximos. E foi então que trocaram o tão aguardado primeiro beijo, repetindo um ritual iniciado por Carlos e Diana. Mas o beijo foi tão tímido que acabaram por dar outro, esse, sim, muito apaixonado.
Champanhe, 150 variedades de canapés (10 mil peças ao todo) e bolo de noiva foram servidos no Palácio de Buckingham aos mais importantes convidados ao som de uma tocadora de harpa num almoço volante. O bolo de noiva com oito andares, composto por 17 bolos individuais, foi concebido de acordo com indicações da própria Kate. A pedido de William foi ainda servido bolo de chocolate que o príncipe muito aprecia.