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Jovens Promessas: Uma Sereia chamada Jessica

Jovens Promessas: Uma Sereia chamada Jessica

A natação era uma modalidade que não lhe enchia as medidas. Mas isso foi até aos 9 anos quando começou a coleccionar medalhas. Hoje, com 15 anos de idade – diz que é um erro fixar-se na concorrência – Jéssica Cossa “luta com o cronómetro”. Porém, mais importante do que a natação é a escola…

O desporto não entrou na vida de Jéssica Cossa por acaso. Está-lhe nos genes ou não fosse fruto de uma relação entre dois atletas. Um praticante de atletismo e uma ciclista. É uma adolescente de trato fácil. Sabe o que quer e fala sem rodeios: “É difícil conciliar a escola com o desporto. Neste país não há um currículo para atletas.” Isso, diz, “prejudica o nosso desempenho”. Até porque “a escola é mais importante do que o desporto”, confessa.

Muitas vezes, para poder treinar, tem de estudar pela noite dentro. A prova disso é que durante um largo período trocou a piscina pelos livros. Voltou e conquistou tudo dentro de portas. Moçambique começa a ser pequeno para Jéssica Cossa. No entanto, a ideia de abandonar, definitivamente, a natação por causa da escola é sempre cogitada. “Os horários não ajudam”, repete.

A um segundo dos Jogos Africanos

Acredita que a piscina olímpica, a ser erguida nas imediações do estádio nacional, ficará pronta para acolher os Jogos Africanos. É a única nadadora, diga-se, de 15 anos, que consegue nadar abaixo de 1.10 segundo costas. Ou seja, faz, de costas, 1.7 segundo. Mas isso ainda é pouco: “Luto para fazer 1.5 segundo.” Menos um do que se exige como mínimo para os Jogos Africanos. Participar nos Jogos de Maputo é o prémio que Jéssica quer dar ao seu treinador, Patrício Vera.

Lamenta, porém, não ter podido participar no “Nível 3”, o campeonato mais conceituado da África Austral, em virtude do adiamento do “Nadador Completo” para a mesma data, prova da qual se sagrou campeã. No ano passado, contudo, abdicou do “Nadador Completo” para competir com nadadores da região. Aliás, no país só existem dois atletas com os mínimos exigidos para poderem participar na competição regional: Jéssica Cossa e Weide Rasse, de 14 anos de idade.

Ambições

Quer participar nos Jogos Africanos, numa primeira fase, mas a ambição maior é chegar ao Rio 2016. Nessa altura terá 20 anos. Jéssica repete sempre que prefere lutar com o cronómetro do que com as suas adversárias. Mas para melhorar os seus tempos treina com rapazes.

Aliás, em termos absolutos, faz o terceiro melhor tempo do país a nadar de costas. Só é superada por dois atletas do sexo masculino. Mas, “para mim o mais importante não é bater a Géssica Stagno, mas sim mostrar aquilo de que sou capaz”, diz.

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