Na meca do jazz do continente africano, a cidade do Cabo na África do Sul, milhares fans vibraram e deixaram-se maravilhar na primeira noite da 12ª edição do Festival Internacional de Jazz, que começou esta sexta-feira. Uma voz a cantar em português abriu o Festival, Sandra Cordeiro uma jovem angolana, recentemente indicada pela Rádio França Internacional como uma das dez melhores promessas da música no nosso continente, misturando estilos musicais como kilapanga e bossa nova.
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Em simultâneo, o festival acontece em cinco palcos instalados no Centro Internacional de Conferências da cidade, foram recordados pela banda “Cape Town Tribute Band” os artistas de Jazz da cidade do Cabo que nos últimos tempo deixaram o mundo dos vivos.
O trompetista e compositor sul africano Feya Faku actuou em seguida enquanto num palco exterior o jovem moçambicano Ivan Mazuze arrebatava a plateia com a sua flauta e saxofone.
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Entretanto já havia actuado o DJ Cassiem e a Stereotype Record havia apresentado Chad Saaimanm Lloyd Jansen e Mathew Moolman.
Depois aconteceu um dos maiores momentos da primeira noite: a actuação indescritível de Dave Koz. Um multifacetado saxofonista norte americano que assopra como poucos, salta, faz acrobacia interage com os restantes componentes da sua banda e principalmente transporta o público para dentro do seu espectáculo.
Veja algumas imagens no vídeo…Simplesmente inesquecível!
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O sul africano Steve Newman, o mauriciano Eric Triton e o nigeríno Alhousseini Anivolla, três guitarristas, apresentaram-se com o projecto conjunto Guitafrika. O pianista canadiano Oscar Peterson, falecido em 2007, foi recordado no Festival por um trio que juntou dois holandeses, o pianista Jack Van Poll e o baixista Hein Van de Geyn, e um guitarrista inglês James Schlfield.
A variedade de artistas e nacionalidade, que tornam este Festival cada vez mais internacional, foi acrescida esta edição com a presença de um artista Chinês, Hanji. Com um longa carreira como produtor musical e escritor de músicas para artistas da sua terra Hanji lançou-se em 2009 no jazz e na cidade do Cabo apresentou o seu álbum “Raw Jazz”.
Funk, reggae, rock e kwaito misturaram-se no mesmo palco numa vibrante actuação de três jovens sul africanos que compõem um dos mais aclamados grupos do país os GI, ou Gang of Instrumentals.
Conversations with Victor Masondo foi uma rara oportunidade, mesmo para o público sul africano, de ouvir ao vivo o internacionalmente reconhecido contrabaixista Victor Masondo, acompanhado pelo trompete de Prince Lengoasa, a bateria de Kevin Gibson, o piano de Mark Fransman e o saxofone de Donvino Prins.
O pai do kwaai-jazz, um fusão eclética de jazz e um dança sul africana, Don Laka apresentou-se quebrando novas barreiras entre o Jazz e rítmos mais conteporâneos para emoção dos milhares de fans presentes, a maioria sul africanos mas muitos milhares vindos de várias parte de continente apenas para presenciar ao vivo o Festival.
A noite já ia alta e os sons começaram a ficar mais clássicos. Não existe apenas uma frase para definir o saxofonista Wayne Shorter. Um dos mais importantes compositores de Jazz do nosso século. Ele foi o criativo que guiou o quarteto de Miles Davis nos anos sessenta. Inovador, Wayne tocou ao lado das maiores lendas do Jazz mas também ao lado de estrelas da música pop como Carlos Santana ou Joni Mitchell.
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À cidade do Cabo trouxe o seu magistral quarteto de estrelas – o contrabaixista John Patitucci, o pianista Danilo Pérez, e o baterista Brian Blade – sem dúvidas o mais criativo, telepático e hipnótico pequeno conjunto de jazz em ação, que encantou aos “jazzófilos” mas também deslumbrou os mais leigos. Um deleite!
Separados desde 1970 os The Flames – Ricky Fataar na bateria, Steve Fataar na guitarra, Blonde Chaplin vocalista e guitarrista, Jimi Curve no contrabaixo, Camilo Lombard nas teclas, a vocalista Tara Fataar, Ross McDonald no trombone, Jody Engelbrecht no trompete e Simon Bates no saxofone – reuniram-se especialmente para uma inebriante actuação neste festival. E não desiludiram!
Poesia misturada com as cordas de um contrabaixo e uma dose de rap agitaram a noite quando os Tumi & The Volume subiram ao palco. Ainda houve uma grande actuação do trompetista norte americano Christian Scott e um brilhante perfomance dos Tortured Soul, que fazem “house music” com bateria, keyboard e contrabaixo.
Enquanto a pianista e vocalista Patricia Barber fazia a sua cristalina actuação e a banda norte americana, que junta o guitarrista Chieli Minucci ao grupo de jazz Special EFX, fazia fusões de jazz e rítmos latinos a noite aproximava-se do seu término com uma das bandas mais famosas de funk, r&b e soul em palco, os norte-americanos Earth, Wind & Fire.
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Criada por dois irmãos, o baterista Maurice White e o baixista Verdine White em 1969, a banda encantou e fechou a primeira noite, já na madrugada de sábado, em grande estilo.
Este sábado apartir das 17 horas há mais Festival de Jazz, no Centro Internacional de Convenções na cidade do Cabo.