O Presidente moçambicano, Armando Guebuza, inaugurou, quinta-feira, uma avenida que ostenta o seu nome em Msunduza, um bairro localizado nos arredores da cidade de Mbabane, a capital política do vizinho Reino da Suazilândia.
Segundo as autoridades suázis, a atribuição do nome de Armando Guebuza a uma avenida em Msunduza, surge pelo facto de ser precisamente naquele bairro onde o estadista moçambicano residiu, em 1965, durante o período da colonização em Moçambique, quando ele pretendia chegar a Tanzânia para se juntar a outros companheiros seus na luta de libertação nacional.
Também serve de reconhecimento aos seus feitos em prol da fortificação das relações bilaterais entre os dois países e povos. Aliás, foi neste pacato bairro onde outros moçambicanos, incluindo o primeiro Presidente de Moçambique independente Samora Machel, se refugiaram para procurarem o caminho que lhes levaria a Tanzânia para se juntarem a Frente de Libertação de Moçambique.
Falando durante a cerimónia, Guebuza disse que Msunduza levantou a autoestima dos moçambicanos ensinando-os a serem autoconfiantes e a dependerem de si próprios para ultrapassarem obstáculos e realizarem vários sonhos. Segundo Guebuza, Msunduza separou vários moçambicanos de seus pais, amigos, vizinhos e conhecidos para alargarlhes a rede social e horizontes políticos.
“O nosso grupo era composto por moçambicanos alguns dos quais nunca se tinham encontrado em Moçambique. A partir daqui alguns conseguiram atravessar para a Africa do Sul e para a Bechuanaland (Namíbia) onde fomos presos pelos colonos que governavam aquele país”, disse o estadista moçambicano.
Contudo, explicou Guebuza, enquanto corria o processo de deportação para a terrível polícia portuguesa o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) tomou conhecimento da causa deste grupo de moçambicanos e “veio nos socorrer”. “Fomos libertados e levados para a Zâmbia e depois para a Tanzânia”, disse o Presidente Guebuza.
Os moçambicanos que, na altura se juntaram em Msunduza, segundo Guebuza, estavam motivados por um grande amor pela Pátria e determinados a lutar pela sua liberdade, dignidade e pelo seu direito de lugar na comunidade das nações.
Por isso, Msunduza foi uma escola de vida que permitiu que vários moçambicanos se engajassem num debate político e reflexões académicas sobre o Moçambique pós-colonial. Naquele bairro, os mais avançados tornaram-se professores para ajudarem os outros a avançar, criando oportunidades para o surgimento de camaradas autodidactas, realçou o Presidente Guebuza.
“Msunduza foi um importante marco. As fundações das relações bilaterais entre os nossos países assentam numa forte solidariedade histórica. Hoje, Msunduza dá-nos a oportunidade de reflectirmos sobre o terreno que Moçambique e Suazilândia tiveram que atravessar, procurando oportunidades e possibilidades de cooperação e crescente amizade” explicou o Presidente Guebuza.
Na ocasião, o Chefe do Estado moçambicano agradeceu o gesto do Governo da Suazilândia em particular ao Rei Mswati III pelo seu empenho no incremento das relações de cooperação entre os dois países, pois e’ contexto que se enquadra a decisão de atribuir o nome de Guebuza a uma avenida em Msunduza.
O Presidente Guebuza aprovitou a visita para convidar a comunidade empresarial da Suazilândia para aproveitar as oportunidades e o ambiente politico favorável e económico favorável que os governos dos dois países criaram para investirem em Moçambique, porque existem garantias para o sucesso do seu investimento.
A cerimónia teve lugar no segundo e último dia de uma visita a Swazilândia, que tinha como objectivo o reforço das relações de cooperação entre ambos os países. Guebuza, que regressou hoje a Maputo, fazia-se acompanhar pelos ministros da Administração Estatal Carmelita Nashulua, do Turismo Fernando Sumbana e pelo vice-ministro dos Negócios Estrangeiros Eduardo Koloma.