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“TI ZÉ TIRA O PÉ, TÔ PRAZO EXPIROU A BWÉ”

Os “ventos de mudança” parecem soprar cada vez mais fortes em Angola. Há vários dias que está convocada uma manifestação em protesto contra o regime de José Eduardo dos Santos. Marcada para 7 de Março esta manifestação, começou por ser convocada anonimamente na rede social facebook e nos últimos dias está a ser disseminada através de mensagens de texto (SMS) que circulam nos telemóveis dos angolanos.

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Num show recente realizado no Cine Atlântico, em Luanda, o músico Brigadeiro Mata-Frakuxz, fez um apelo público à manifestação de protesto contra o autoritarismo do regime do presidente José Eduardo dos Santos, há mais de 30 anos no poder, sem nunca ter sido eleito pelo escrutínio popular.

Entretanto o secretário-geral do MPLA, partido no poder, general Julião Mateus Paulo Dino Matross, já veio advertir que Luanda não é o Cairo e alertou os angolanos a não confundirem o que se passa nos países do norte de África com a realidade angolana.

Bento Bento, secretário provincial do MPLA em Luanda, referiu-se aos organizadores como um grupo de conspiradores angolanos, apoiados por países estrangeiros, incluindo Portugal, França, Itália, Grã-Bretanha, Bélgica e mesmo Alemanha e apelou a uma contra manifestação de apoio à paz e ao presidente angolano, através de uma marcha patriótica em Luanda no próximo sábado dia 5 de Março.

O MPLA acusa a UNITA, principal partido da oposição angolana e o PRS – Partido da Renovação Social, de serem responsáveis pela agitação popular contra as instituições do Estado e ameaça repressão contra os manifestantes. Isaías Samakuva, líder da UNITA, rejeitou estas acusações e afirmou esta quarta-feira em Luanda, que o seu partido “não conhece os organizadores da manifestação de protesto de 7 de Março e não instruiu os seus membros a participarem nela”. Samakuva acusou ainda o regime angolano de estar a planear um atentado contra a vida dos dirigentes da UNITA.

Apesar de a Constituição angolana permitir manifestar em lugares públicos sem aviso prévio às autoridades competentes, o ministro angolano do interior Sebastião Martins garantiu que as forças da ordem não iriam tolerar alterações à ordem pública, nem atentados contra a autoridade do Estado.

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