Trezentas e duas mil pessoas enfrentam neste momento a insegurança alimentar, 86 mil das quais são da província de Sofala, conforme revelou há dias o director nacional de Extensão Agrária, José Gaspar.
“A insegurança alimentar é uma ameaça para o desenvolvimento” – advertiu Gaspar, apelando para a necessidade de os camponeses, produtores e outros empenharemse na produção agrícola, de modo a acabar com a insegurança alimentar no país.
“Cada um deve aumentar a produção e a produtividade nas mesmas machambas ou abrindo outras”, disse, realçando que a medida enquadra-se no âmbito da implementação do programa do Governo, a Revolução Verde.
Anotou, aliás, que as pessoas devem fi car tranquilas, pois a Revolução Verde não visa fazer com que os camponeses percam as suas terras, conforme se tem propalado, mas sim, permitir que todos possam produzir os alimentos.
Sofala espera produzir na campanha agrícola 2008/09 cerca de 880 mil toneladas de produtos diversos, contra 740 mil colhidas na safra anterior.
O director provincial de Agricultura, em Sofala, António Limbau, explicou que o incremento será na ordem de cerca de 100 mil hectares. Aquela cerimónia consistiu igualmente na inauguração de uma feira agro-pecuária, onde os camponeses vão adquirir insumos agrícolas para a presente safra, pagando um valor monetário simbólico.
José Gaspar, que representava o Ministério da Agricultura, procedeu igualmente à entrega formal de três tractores, parte de um lote de 50 unidades que o Governo está a conceder aos camponeses para o aumento da produção agrícola, no país. Gaspar também procedeu à entrega formal de “kit´s” (estojos) para extensionistas, constituídos por fardamento, botas, luvas, máscaras, fi tas métricas e pulverizadores, entre outro material, num gesto que visa facilitar o trabalho destes técnicos agrários.
O nosso Jornal apurou que os estojos abrangerão os 644 extensionistas existentes no país, cuja entrega vai sendo realizada a nível das províncias do país. Sofala possui 67 extensionistas, de acordo com o chefe dos Serviços Provinciais de Extensão Rural, Armando Dique, presente na cerimónia de abertura da campanha agrícola, que decorre sob o lema “Façamos da Revolução Verde um instrumento de luta contra a pobreza absoluta”.
O chefe dos Serviços Provinciais da Agricultura em Sofala, Nelson Rodrigues António, disse a jornalistas que as feiras agrícolas estão a abranger as regiões que foram afectadas pelas calamidades, no caso vertente, as cheias
A nossa Reportagem constatou que vários prémios foram distribuídos aos camponeses, associações afi ns, extensionistas e régulos, por se terem destacado na produção e mobilização durante a campanha agrícola anterior. Os incentivos abrangeram igualmente os que participaram nas provas de atletismo, ciclismo, corridas de sacos e de água na cabeça.