As comunidades da província de Sofala receberam este ano 9.157.158,18 Meticais, provenientes de 20 por cento das taxas pagas pela exploração fl orestal, o montante benefi ciou 12 comités de gestão de recursos fl orestais nas diversas comunidades, no norte daquela região.
O montante desembolsado para aquelas comunidades tem subido de ano para ano. Em 2007, por exemplo, a Direcção Provincial de Agricultura entregou aos comités 6.539.826,11 Meticais, contra apenas 217.461,97 de 2006.
Maria Magaia teceu estas considerações momento após terem sido entregues, naquele acto, cheques “gigantes” de 46 mil Meticais de 20 porcento de taxas resultantes da exploração de recursos florestais aos comités de gestão das comunidades de Chatala e Ntopa, cabendo a cada um metade do valor.
Para além do dinheiro, a comunidade de Ntopa recebeu igualmente uma moageira, facto que fez com que os presentes, sobretudo as mulheres, aplaudissem, sinal de que o equipamento fazia muita falta naquela região para a farinação de cereais.
Importa referir que a comunidade de Chatala já acumulou de taxas 1.532.950.94 Meticais, enquanto Ntopa tem na sua conta bancária 438.725,40 Meticais.
O dinheiro está a servir para que os comités de gestão de recursos florestais implementem pequenos projectos de microcréditos para o desenvolvimento de actividades agrícolas e comerciais, bem como a instalação de carpintarias comunitárias, disse a fonte.
“Achamos que estão no caminho certo, porque o que queremos é que as comunidades preservem os recursos” – sublinhou aquela responsável, garantindo, no entanto, que até finais do ano em curso serão abrangidos seis comités no distrito do Búzi, sul da província de Sofala.
Para a disseminação de informação no atinente às taxas pagas pela exploração de recursos florestais e faunísticos, Maria Magia disse que acaba de ser criado um grupo de coordenação.
“As taxas que mencionei são de exploração florestais, mas temos também de turismo, por exemplo… então há muito dinheiro que está a ser entregue às comunidades pelo trabalho que fazem de preservação dos nossos recursos” – realçou.
O director nacional de Extensão Agrária, José Gaspar, sublinhou naquela cerimónia que os recursos naturais são parte do património das comunidades, por isso, urge a necessidade de as mesmas comunidades garantirem a sua preservação.
Gaspar disse que o mais importante não é o dinheiro que as comunidades estão a receber, mas sim a gestão dos recursos naturais. “Por isso, temos que evitar as queimadas descontroladas e devemos proteger os animais e temos que plantar as árvores” – apelou.
Satisfação
O régulo Ntopa disse que “estou bastante satisfeito, porque desde o tempo colonial nunca vimos uma coisa do género, esta de nos dar dinheiro e moagem para as nossas comunidades poderem fazer algo para melhorar as suas condições de vida”.
Segundo aquele líder tradicional, o Governo tomou boa decisão, uma vez que vai ser travada a delapidação dos recursos por estranhos em detrimento dos locais.
O régulo Chatala disse, por sua vez, que “não encontramos palavras para agradecer o gesto providenciado neste sentido, porque estamos a ver que com este tipo de iniciativas, as pessoas têm dinheiro para desenvolver pequenas actividades para o seu bem-estar”.
“Portanto, em nome de todos os habitantes de Chatala o nosso muito obrigado por aquilo que tem sido feito em prol desta comunidade” – frisou.
O administrador de Caia, José Cuela António, disse que “as taxas que estão a ser entregues pela exploração de recursos naturais são uma prenda para as comunidades pelo trabalho que exercem nas diversas zonas”.
“Gostaríamos que fizessem mais do que têm feito até agora, evitando as queimadas descontroladas, por exemplo, porque o fogo é o grande inimigo dos nossos recursos” – sublinhou o administrador de Caia.
Aquela cerimónia de lançamento da campanha agrícola serviu igualmente para premiar, entre outros, o régulo Nhacuecha, por se ter evidenciado na mobilização dos habitantes para evitarem as queimadas descontroladas. Para o efeito, recebeu cinco enxadas, 30 quilos de semente de feijão nhemba, 25 de milho e 12 de mapira.
“Não tenho formas de mostrar a minha alegria, porque quando fazia o meu trabalho, não julguei que fosse para ser premiado, pois o que fazemos é o dia-a-dia nas nossas comunidades” – disse o régulo laureado.