Uma nova variedade de arroz capaz de resultar na produção de nove a dez toneladas por hectare está a ser testada por especialistas chineses a soldo do Centro de Investigação e Transferência de Tecnologia Agrária de Boane, na província meridional do Maputo.
Estão à frente da experiência 10 investigadores chineses que, desde finais de 2010, trabalham naquela instituição a ser inaugurada oficialmente em meados deste ano de 2011, segundo Huang Songfu, embaixador da China em Moçambique, salientando que a iniciativa se insere nos esforços daquele país asiático visando impulsionar a produção e produtividade do sector agrícola moçambicano.
Songfu indicou, falando em exclusivo ao Correio da manhã, que a variedade de arroz usada pela maioria dos produtores agrícolas moçambicanos “permite apenas garantir uma produção de duas a três toneladas por hectare”, reiterando que “a China aposta na massificação de novas tecnologias agrícolas para desenvolver a agricultura de Moçambique”.
As obras de construção do Centro de Investigação e Transferência de Tecnologia Agrária de Boane iniciaram em 2009, num financiamento da China de cerca de 55 milhões de dólares norte-americanos e a instituição irá proceder à difusão de novas variedades de sementes de arroz, milho, vegetais e frutos e testar a sua adequabilidade ao clima moçambicano.
A iniciativa contempla a criação de 10 centros de investigação e transferência de tecnologias chinesas para o continente africano, sendo Moçambique o primeiro país beneficiário do projecto.
Songfu falava, esta Terça-feira ao Cm à margem de uma audiência concedida pela Presidente da Assembleia da República, Verónica Macamo, ao vice-presidente do Comité Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC), Li Zhaozhuo, que se encontra de visita a Moçambique desde domingo passado, no âmbito do aprofundamento das relações de cooperação existentes entre os dois países.