O Governo da província de Maputo considera como prioridade para os próximos meses a disponibilização de sementes e outros insumos agrícolas às famílias cujas culturas foram destruídas pela presente vaga de chuvas e inundações nesta parcela do Sul de Moçambique.
Segundo a governadora da província, Maria Jonas, o Executivo vai envidar esforços para que as famílias mais necessitadas tenham sementes para a segunda época da campanha agrícola corrente, como forma de compensar as culturas perdidas na sequência das chuvas e inundações.
“O governo vai trabalhar no sentido de fornecer sementes para aquelas famílias que se mostrem muito necessitadas, enquanto as outras deverão adquirir através de feiras agrícolas”, disse a governadora, falando a um grupo de camponeses da baixa de Manjacaze, posto administrativo de Sábié, distrito da Moamba, no âmbito da sua visita de um dia a este ponto da província de Maputo.
Não obstante algumas áreas estarem inundadas, Jonas manifestou a sua esperança de o posto administrativo de Sábié e o distrito da Moamba, em geral, poder conseguir uma boa colheita, pelo menos com base no que constatou nesta sua visita.
De facto, AIM testemunhou que, em Sabie e em outras zonas do distrito da Moamba, a cultura de milho, por exemplo, está na sua fase avançada de maturação, alimentando esperanças de que a segurança alimentar possa ser alcançada, caso não se agrave a situação de chuvas e inundações.
Em Sábié, a área total inundada é de 700 hectares, sendo 400 na localidade – sede e 300 hectares em Malengane. Segundo a governadora, a situação do distrito da Moamba não é tão grave, se comparado com a do distrito da Manhiça, onde pouco mais de 12 mil hectares de culturas diversas estão submersas na sequência de inundações ao longo dó rio Incomati.
Ao nível da província, a área afectada pelas inundações se situa em cerca de 16 mil hectares, o que, de acordo com Jonas, representa cinco por cento da área semeada.
Para além de Moamba e Manhiça, as chuvas e inundações provocaram estragos também nos distritos de Boane, Matutuine e Magude, sobretudo na área de infra-estruturas, como as vias de acesso.
“A grande preocupação é na área de infra-estruturas, principalmente nos distritos de Manhiça, Boane e Matutuine”, disse a governadora, falando a jornalistas no final da sua visita ao distrito da Moamba. Ela vincou porém que, de uma forma geral, “a situação está sob controlo”.
“É verdade que temos desafios, em termos de alocução de sementes para a segunda época, mas também no que diz respeito a educação sanitária para evitar a eclosão de diarreias e ainda da malária. Por isso, o nosso apelo às autoridades locais é de que continuem a promover, junto das populações, a higiene individual e colectiva”, afirmou.
Para além das áreas inundadas, em Sábié, a governadora visitou também a barragem de Corumana, que dista a 140 quilómetros da capital moçambicana, Maputo, para se inteirar sobre a gestão daquela infra-estrutura e, sobretudo, no que diz respeito aos esforços que estão sendo empreendidos para que a gestão da agua nesta infra-estrutura não venha agravar a situação nas zonas a jusante.
Neste local, os gestores explicaram que a falta de comportas cria uma situação de vulnerabilidade nas zonas a jusante, porque sem elas a muita água pura e simplesmente não pode ser retida. Contudo, espera-se que as comportas venham a ser montadas nos próximos dois anos.