Alguns agentes da corporação e dos serviços de migração são responsáveis pela entrada massiva de imigrantes ilegais no país. Esta acusação foi feita esta semana pelo porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM), a nível da cidade de Maputo, Arnaldo Chefo. No entender de Chefo, não se explica que pessoas com vistos falsos consigam desembarcar no Aeroporto e que os seus respectivos processos sejam tramitados para se instalarem em Moçambique sem que haja facilitadores.
O porta-voz da PRM reagia à detenção de 26 imigrantes ilegais de origens bengalis e paquistaneses, encontrados numa residência algures no bairro do Aeroporto, na cidade de Maputo. Grande parte de pessoas que entram ilegalmente no país são bengalis, paquistaneses, etíopes e somalis. Na sua maioria, dizem que vem a Moçambique para fazer negócio e, os restantes, turismo.
Há suspeita de envolvimento de agentes da Polícia e Migração neste caso, que, segundo Chefo, são “infiltrados”. Arnaldo Chefo disse que a Polícia “está a trabalhar” de modo a “reverter a situação”, mas não especifica o que está sendo feito. Chefo terminou dizendo que a entrada de ilegais ao país “pode atentar a segurança” no país.
António Paulino, chefe dos Serviços de Migração no Aeroporto Internacional de Maputo, afirmou que “este fenómeno é frequente” e é necessário “tomar-se medidas no sentido de travar a onda de entrada de imigrantes ilegais no país”. E coloca a culpa nos consulados de Moçambique naqueles países.
Recorde-se que um grupo de 63 imigrantes ilegais de nacionalidade bengalis foi detido, esta terça-feira, após desembarcar no Aeroporto Internacional de Maputo. Ao todo, foram detidos nesta semana 133 imigrantes clandestinos.