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Pelo menos cinco mortos em choques na Costa do Marfim

Pelo menos cinco mortos em choques na Costa do Marfim

Pelo menos cinco policias foram mortos em Abidjan, capital da Costa do Marfim, na manhã desta quarta-feira quando forças de segurança leais a Laurent Gbagbo entraram em confronto com simpatizantes de Alassane Ouattara, apontado pela comunidade internacional como vencedor da eleição presidencial de novembro.

Segundo testemunhas, tiroteios constantes e barulhos que pareciam ser de armas pesadas foram ouvidos na região do bairro pró-Ouattara de Abobo, um dia depois que confrontos no mesmo bairro mataram ao menos cinco pessoas, três deles membros das forças de segurança.

 

 

Maior produtor mundial de cacau, a Costa do Marfim vive turbulências desde a eleição presidencial de 28 de novembro, que tanto Ouattara quanto Gbagbo afirmam ter vencido. “Houve tiroteio pesado e explosões por volta das duas da manhã e minha família está apavorada. Não conseguimos dormir nada”, disse a testemunha Adama Touré, que mora em Abobo.

Mamadou Kante, também morador de Abobo, disse que viu quatro veículos policias queimados, com ao menos quatro corpos de policiais dentro deles, próximo à Prefeitura de Abobo.

Uma fonte da inteligência militar marfinense, que não podia ser identificada, confirmou que quatro veículos foram incendiados e quatro policiais morreram dentro deles. A fonte não deu maiores detalhes.

Outra testemunha, Abdoulaye Cisse, disse: “Nunca havia escutado barulho de armas tão alto aqui. Do meu apartamento, eu vi o corpo de um policial”. Ouattara foi proclamado vencedor pela comissão eleitoral e foi reconhecido por líderes mundiais, mas Gbagbo mantém o controle sobre as Forças Armadas.

O impasse ameaça ressuscitar a guerra civil que ocorreu no país entre 2002 e 2003. A violência já provocou a morte de mais de 200 pessoas desde a eleição, e os temores de novos confrontos já levaram mais de 20 mil pessoas a fugirem para a vizinha Libéria, segundo dados da Organização das Nações Unidas. A ONU afirma que a maioria dos mortos e sequestrados foram vítimas de membros das forças de segurança leais a Gbagbo ou de milícias ligadas a ele.

Segundo a entidade, os assassinatos e sequestros aconteceram, em sua maioria, em operações regulares realizadas à noite, que tinham como alvo principal simpatizantes de Ouattara. “O povo de Abobo já não aguenta mais”, disse a moradora Amara Souara. “Todo dia há sequestros e assassinatos aqui. Temos o dever de nos proteger.”

Os aliados de Gbagbo rejeitam as acusações e afirmam que vários policiais foram mortos por simpatizantes armados de Ouattara.

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