O Centro Nacional Operativo de Emergência (CENOE), do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) afirma que apesar das chuvas que se registam em Moçambique e nos países à montante, a situação está sob controlo, tendo activado o alerta laranja institucional.
Segundo as previsões meteorológicas e hidrológicas do Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) e da Direcção Nacional de Águas (DNA), a segunda época chuvosa (Janeiro a Março2011) será caracterizada por chuvas normais e acima do normal.
Em grande parte das províncias de Cabo Delgado, Niassa, Nampula, Zambézia e de Tete prevê-se a ocorrência de chuvas acima do normal, com tendência para o normal.
No extremo nordeste de Cabo Delgado, nordeste da província de Tete, Manica, Sofala, extremo norte das províncias de Inhambane e Gaza existe a probabilidade da ocorrência de chuvas normais, com tendência para acima do normal.
Para a província do Maputo, grande parte das províncias de Inhambane e Gaza terão chuvas normais com tendência para abaixo do normal.
Enquanto isso, está prevista, nos países a montante, chuva moderada na Zâmbia, Zimbabwe e Malawi, o que vai provocar impacto sobre o escoamento da bacia do Zambeze, ao ponto de se reflectir cada vez mais nas zonas baixas, sobretudo nos distritos de Tambara, Chemba, Mutarara, Caia, Morrumbala, Mopeia, Marromeu e Chinde.
O CENOE prevê, para esta época, um cenário dramático para o país, sobretudo devido a influência do fenómeno “La Niña”. Geralmente, este fenómeno está associado a ocorrência de precipitação acima da média ou secas devastadoras.
Segundo a directora Nacional do CENOE, Dulce Chilundo, que falava hoje AIM, existe o risco da ocorrência de cheias em Moçambique idênticas as registadas no ano 2000 devido a influência do “La Niña”.
“Nesta época chuvosa pode acontecer qualquer calamidade. Este ano estamos a ter mais ou menos as mesmas situações que tivemos no ano 2000 devido a influência do fenómeno La Niña. A qualquer momento poderá haver cheias como as de 2000” disse.
Chilundo acrescentou que “as chuvas estão a começar, podemos ter aquele cenário de 2000 em que as chuvas começaram a 31 de Janeiro e a 3 de Fevereiro tínhamos as cheias. Temos que nos preparar para fazer face a estas situações”.
A interlocutora garantiu que, neste momento, não há razões para alarme porque a situação está sob controlo e garante haver recursos disponíveis para responder a casos de emergência.
“Está tudo sob controlo. Os fundos estão lá alocados para serem utilizados e nós estamos a funcionar em alerta laranja para intervir em caso de qualquer necessidade” frisou.
Para o efeito, o Governo tem um plano de contingência avaliado em 120 milhões de meticais, que prevê três cenários para esta época chuvosa.
O primeiro e segundo cenários são de inundações e ventos fortes, bem como ciclones, em qualquer das três regiões do país. O terceiro cenário, o mais grave, é de cheias, secas, ciclones e sismos, podendo afectar 1,4 milhões de pessoas.