Um acordo para empréstimo não concessional de cerca de 900 milhões de dólares norte-americanos deverá ser assinado, em 2011, entre Moçambique e Brasil, para financiamento das obras de construção do aeroporto de Nacala, em Nampula, e modernização do Porto da Beira, na província central de Sofala.
A reconversão da Base Aérea de Nacala das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) em aeroporto internacional está orçada em cerca de 80 milhões de dólares norte-americanos, enquanto as obras de modernização do Porto da Beira para melhor servir os interesses socioeconómicos dos países do hinterland, entre eles Zimbabué e Malaui, irão consumir o correspondente a cerca de 220 milhões de dólares.
Fonte adequada do Fundo Monetário Internacional (FMI) confidenciou, esta quinta-feira, ao Correio da manhã que o empréstimo daquele valor global será para o período 2010/2013 e foi considerado “compatível” com os esforços do Governo para preservar a estabilidade macroeconómica e a sustentabilidade da dívida.
A mesma fonte explicou, por outro lado, que os 900 milhões de dólares serão obtidos como empréstimos não concessionais para serem canalizados para sectores que “estimulem o crescimento socioeconómico de Moçambique”, segundo consta do memorando de entendimento assinado entre o Governo e FMI para viabilização do chamado Instrumento de Apoio à Política Económica (PSI) que é um novo programa a ser aplicado até 2013.
Este programa assenta basicamente no combate contra a pobreza e desenvolvimento de uma rede de infra-estruturas dos Transportes e Energia em todo o país.
Projectos em carteira
No conjunto de projectos em estudo pelo Governo há a destacar os classificados como “mais prioritários” relacionados com a expansão da geração de electricidade na barragem de Cahora Bassa para melhorar a fiabilidade da distribuição deste recurso e construção de uma linha de transmissão entre Tete e Maputo para reduzir a dependência de Moçambique em relação às reimportações de electricidade e expansão da rede viária, em todo o país.
A intenção para este último empreendimento em estudo é alargar o nível actual de apenas um terço da infra-estrutura viária de Moçambique asfaltada para “muito mais”, daí a inclusão dos corredores ligando os principais centros económicos à fronteira com os países vizinhos.
Aqui dá-se exemplo do troço de 287 quilómetros de estrada ligando a cidade portuária da Beira à fronteira de Machipanda, na província de Manica, e o troço de 131 quilómetros entre Maputo e Ponta do Ouro, ligando a capital moçambicana à África do Sul.