Uma história de superação
Chama-se Hanifa Benjamim Alcino Adeus, mas a música emprestou-lhe o nome artístico Trovoada. Encontrámo-la na sua casa no bairro da Polana Cimento, aqui na cidade capital. Tem vinte e dois anos de idade, é estudante e procura um espaço na arena musical. Em 1992 ganhou um concurso de hiphop, promovido pelo ex-Radical Splash. Actualmente procura lançar o seu primeiro trabalho discográfico.
Hanifa conta que o sonho começou quando participou em 2005 num programa de televisão que tinha como convidado o produtor musical Sabat que ia “caçar novos talentos”. Aliás foi sorteada para gravar a sua primeira música no estúdio do produtor. Pouco tempo depois a cantora começou a participar em alguns espectáculos em que promoveu a sua primeira música intitulada “Muito Amor”.
Com apoio quase total do Sabat, a cantora já conseguiu gravar “Lágrimas”, o seu primeiro trabalho discográfico de originais, com dez faixas e uma temática virada para o amor. “O álbum ficou pronto há duas semanas. Vou entregar à editora para avaliar e provavelmente será lançado no início do próximo ano”, disse. Em “Lágrimas” podem ser ouvidas músicas Afro, Marrabenta e Soul Music, cantadas em Português e Changana.
A cantora revelou que nasceu com uma deficiência nos membros inferiores que obrigou a que aos seis meses de vida, fosse submetida a uma intervenção cirúrgica aos pés. Hoje suporta a sua locomoção com Muletas, mas isso não impede a concretização de um sonho. Apesar da deficiência, Hanifa diz sentir-se muito à vontade e tem um bom relacionamento com outros cantores. A nossa interlocutora considera-se um exemplo de uma deficiente que venceu a discriminação. “O mais importante foi vencer dentro de mim a auto discriminação, porque, o que acontece com muitos que se encontram nesta condição, é que se auto discriminam e logo sentemse mais diminuídos perante a sociedade. Eu faço espectáculos normalmente, danço e vou às discotecas e sou feliz com isso”.