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Preço do saco de cimento dispara de 390 para 550 meticais em menos de uma semana na Beira

A especulação do preço de cimento no mercado da Beira agravou-se de forma astronómica em menos de uma semana na Beira, a ponto de o saco de cinquenta quilogramas que vinha custando semana passada entre 390 e 410 meticais ter atingido, pelo menos até ontem entre 500 a 550 meticais.

 

 

E, como se não bastasse, para se conseguir requer muita sorte, pois nos locais habituais de venda também já não existe. Esta última subida considerada a mais exagerada de todos os tempos, refira-se, ocorre escassos dias depois do Substituto Legal do Governador da Província de Sofala e Vice-Ministro das Obras Públicas e Habitação, Carvalho Muária, ter se deslocado, semana passada, à Fábrica de Cimento do Dondo, numa iniciativa que se esperava viria a minimizar a carência e consequentemente o agravamento do preço. Afinal de contas, enganou-se quem assim pensou.

Enquanto se esperava que a situação fosse estabilizar, paradoxalmente acabou piorando, cenário que está a suscitar comentários segundo os quais em nada valeu a intervenção do dirigente governamental se não ter levado a pessimização do problema.

Autarcas que estavam ansiosos que o preço do cimento fosse baixar depois da iniciativa de Carvalho Muária mostram-se agora traídos e frustrados, alguns considerando que o executivo está a tornar-se cada vez mais frágil em relação a rede de comerciantes desonestos.

“Essa reacção de aumentarem o preço do cimento até parece uma vingança, um braço de ferro que estão a fazer com o Governo” – afirmou Mateus Joaquim, cujo projecto de construção da sua residência no Bairro da Inhamízua, arredores da Cidade da Beira, encontra-se paralisado devido a alta do preço do cimento.

Moutinho Joaquim João tem uma pequena obra no Bairro da Chota, também nos arredores da Cidade da Beira. Na sua abordagem ao nosso jornal, ele instou o Governo a tomar medidas administrativas para parar com essa onda especulativa na comercialização do cimento.

O Governo concessionou as três fábricas que mantinha sob sua gestão desde da nacionalização ao grupo português CIMPOR. Muita gente acha que ao tomar essa decisão o Governo falhou, justificando que não teve em conta as repercussões decorrentes da monopolização.

O Governador Carvalho Muária que esteve semana passada na Fábrica de Cimentos do Dondo não escondeu a sua incompreensão pelo facto de o saco de cimento que custa menos de 275 meticais a porta da fábrica, num raio de menos de trinta quilómetros, ou seja, a vinte minutos de distância, o mesmo é vendido ao preço que está a ser praticado.

Mas, na Cidade de Quelimane, que dista a cerca de setecentos quilometros, onde a nossa reportagem esteve ontem, constatou que o mesmo saco está a ser vendido por quatrocentos meticais.

Essa disparidade denuncia que algo estranho deve estar por detrás ou a agir de forma deliberada por forma a tornar o custo de cimento mais alto no mercado da Beira. O Governo Provincial de Sofala prometeu uma investigação.

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