Moçambique já beneficiou de mais de 250 milhões de dólares norte-americanos (USD) em créditos concedidos pelo Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (IFAD, sigla inglesa).
Esta informação foi revelada, segunda-feira, em Maputo, pelo Ministro moçambicano da Planificação e Desenvolvimento, Aiúba Cuereneia, durante o workshop sobre a avaliação da implementação dos projectos e programas financiados pelo IFAD, na região Austral e Oriental de África.
Segundo Cuereneia, a actual carteira de empréstimos do IFAD cobre o apoio ao desenvolvimento de programas na área agrícola, pesca de pequena escala, bem como ligação de mercados e serviços rurais.
“Desde o início das operações do IFAD em 1983, o país beneficiou de mais de 250 milhões USD em empréstimos e fundos de comparticipação. A actual carteira de empréstimos oferece um contributo significativo para a redução dos níveis de pobreza, sobretudo nas zonas rurais”, afirmou.
Cuereneia sublinhou que o Governo faz um balanço positivo da sua interacção com o IFAD ao longo destes anos. “A nossa cooperação com o IFAD é bastante satisfatória. Apraz-nos afirmar que o IFAD trabalha com programas do Governo, inseridos no sistema nacional e que respondem às necessidades, prioridades e constrangimentos identificados pelas comunidades nas zonas rurais”, defendeu.
De referir que em 2008, os créditos concedidos pelo IFAD a Moçambique rondavam os 143 milhões USD para a implementação de projectos visando impulsionar serviços agrícolas, pesca artesanal, promoção de mercados agrícolas e desenvolvimento de finanças rurais.
O coordenador do Programa Nacional de Desenvolvimento Agrícola (PROAGRI), Fernando Songane, explicou com detalhes, a jornalistas, em que consistem alguns dos programas financiados pelo IFAD.
Segundo Songane, o programa nacional de extensão agrária tem a função de melhorar as condições de assistência técnica aos agricultores, mas, por outro lado, “pretendem melhorar a própria capacidade dos produtores para poderem fazer uso dessa capacidade técnica de forma a aumentar a sua produção”.
O Programa de Promoção de Mercados Rurais (PROMER), orçado em cerca de 41 milhões USD, coordenado pela Direcção Nacional para o Desenvolvimento Rural do Ministério da Administração Estatal, tem como objectivo, entre outros, melhorar o acesso aos mercados agrícolas e reforçar a capacidade de implementação de políticas públicas.
O projecto beneficia mais de 20 mil pequenos agricultores organizados em associações de 15 distritos das províncias de Niassa, Cabo Delgado, Nampula, no Norte, e Zambézia, na região central de Moçambique.
“Esta é uma iniciativa que surge em seguimento do Programa de Mercados Agrícolas (PAMA), que intervém no problema de comercialização”, frisou.
Songane frisou que o grupo alvo dos financiamentos do IFAD é o das populações mais carentes. De referir que o workshop de avaliação da implementação dos projectos e programas financiados pelo IFAD na região Austral e Oriental de África decorre sob o lema “gestão sustentável da terra e recursos hídricos para o aumento da produtividade agrícola”.
Para além de Moçambique, o encontro conta com a participação de Burundi, Comores, Eritreia, Etiópia, Quénia, Lesotho, Madagáscar, Malawi, Ruanda, Swazilandia, Tanzânia, Uganda, Zâmbia e Angola.
