Afro-americanos
Dá-me a tua saliva, eu dir-te-ei que africano és. Assim pode resumir-se o serviço proposto pelo laboratório Anfrican Ancestry (www.african ascestry. com) aos afro-americanos.
O slogan da empresa é “Trace your DNA. Find your roots” (saiba o seu ADN. Encontre as suas raízes). O método proposto aos descendentes dos escravos, a maior parte ignora de onde vem, é relativamente simples.
Basta comprar por 350 dólares, via internet, o kit necessário para extrair antecipadamente um pouco de saliva da boca, reenviando-o de seguida pelo correio para um laboratório de análises.
Em algumas semanas, os especialistas laboratoriais comparam o ADN extraído da saliva às 25 mil amostras da base de dados de ADN’s africanos reunidos pela African Ancestry determinando, com uma margem de erro mínima, as suas origens geográficas. Depois é dado um certificado personalizado atribuindo uma etnia e um espaço geográfico.
Fundada em 2003, a African Ancestry gaba-se de ter auxiliado 100 mil pessoas a encontrar as suas raízes, orgulhando-se igualmente de contar com celebridades entre os seus clientes. Deste modo, Outre Spike Lee tem raízes camaronesas, a actriz Whoopi Goldberg é originária da Guiné-Bissau, a estrela de televisão Oprah Winfrey tem antepassados kpeles da Libéria e não zulus como ela pensava, o músico Quincy Jones pertence a uma linhagem tikar dos Camarões…
A actriz Kimberly Elise, que descobriu que os seus antepassados são songais, povo que habita o Burquina Faso, vê nesta revelação uma âncora que a prende ao passado. “Este facto dá mais valor ao meu presente”, defende ela.
Quanto ao actor Forest Whitaker, que interpretou o papel de Idi Amin Dada no filme “O último rei da Escócia”, pode ficar descansado: nem uma gota de sangue kakwa, a etnia do ditador ugandês de sinistra memória, corre nas suas veias. Os seus ascendentes estão na tribo igbos da Nigéria.