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Festival On’hipiti superou expectativas

O festival On’ Hipiti que, este fim de semana, encerrou a sua segunda edição na Ilha de Moçambique, mostrou que veio para ficar pois que a afluência ao evento atingiu elevados níveis, não só de cidadãos nacionais, como de estrangeiros. Os artistas que subiram ao palco demonstraram a razão da sua escolha para abrilhantar o evento, dançando e cantando suas criações culturais até ao amanhecer, num ambiente de contangiante animação.

A cidade da Ilha de Moçambique esteve repleta de gente ao longo do fim de semana e quando assim é as dificuldades de alojamento acentuam-se e do outro lado os operadores do turismo e hotelaria esfregam as mãos de contentamento porquanto constitui uma soberana oportunidade de engordarem as receitas.

Os estrangeiros idos, sobretudo do continente europeu, despiram-se de complexos como sempre e esticaram suas tendas em locais considerados seguros, não para pernoitar, mas para descansar depois de três noites ao longo das quais desfrutaram o sabor da dança tradicional com enfoque para o tufo e insope, exibidas por grupos de mulheres vestidas de trajes de cores garridas tipicamente de Nampula.

Na noite de sexta-feira, dia da abertura do On’Hipiti, que traduzido do emakua para português significa Ilha de Moçambique, a nata de jovens músicos idos de diversos pontos de Nampula brindou a assistência com números de canções de sua criação.

A emoção atingiu níveis altos quando artistas como Victor Salimo, 11 balas e o grupo da “Casa Velha” subiram ao palco,pois que são bastante apreciados por interpretar temas da vida social e de aconselhamento para os jovens no sentido de ter uma postura distante do álcool e do sexo desprotegido.

Além de música e dança, que foi o prato forte do festival promovido pela Associação dos Amigos da Ilha de Moçambique e dos pequenos operadores de hotelaria e turismo com o patrocínio da UNESCO e ACNUR, o evento teve outros atractivos sobretudo a culinária típica daquela que foi a primeira capital do país.

Foram na circunstância exibidos vários pratos confeccionados com base em produtos locais, nomeadamente mandioca, coco, amendoim, banana e, como não podiam faltar, peixe e mariscos, que deixaram maravilhados não somente os cidadãos estrangeiros que pela primeira vez tinham a oportunidade de deglutir aquelas iguarias.

Amade Ismael, membro da comissão organizadora do On’Hipiti, referiu que na componente de gastronomia houve muitos ganhos financeiros que os operadores turísticos e de hotelaria puderam extrair, sobretudo deviudo ao significativo volume de vendas, além de ter sido uma oportunidade para troca de experiências entre os turistas nacionais e estrangeiros em relação à forma de preparação de alimentos a baixo custo de aquisição.

Os participantes ao festival tiveram ainda tempo para praticar desportos náuticos como canoagem e regata de barco à vela, provas que eram intercaladas com a exibição de grupos culturais locais de canto e dança típica, declamação de poesia, projecção de documentários cinematográficos e desfile de moda na praia, actividades encerradas com a dança da capoeira originária do Brasil e que tende a ganhar notoriedade nos últimos tempos na Ilha de Moçambique.

O festival On’Hipiti é uma iniciativa que visa, sobretudo, sensibilizar a comunidade nacional e internacional sobre a necessidade de se preservar a cidade da Ilha de Moçambique, declarada pela UNESCO em Setembro de 1991 como património mundial da humanidade.

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