Para continuarmos  a fazer jornalismo independente dos políticos e da vontade dos anunciantes o @Verdade passou a ter um preço.

Grupo empresarial zambiano confirma interesse de investir na instalação de fábrica de fertilizantes na Beira

Um grupo empresarial zambiano está interessado em investir na cidade da Beira ou próximo dela num projecto de instalação de uma unidade fabril de produção de fertilizantes, cujo valor inicial ronda 3.5 milhões de dólares e susceptível de empregar até 150 trabalhadores moçambicanos.

O referido grupo denominado CHC Commodities, o seu director Robert N. Coventry juntamente com outros três colegas encontram-se desde ontem na capital provincial de Sofala numa missão exploratória que visa a pesquisa do mercado, nomeadamente condições do terreno, infra-estruturas existentes, incentivos e o quadro legal vigente no país.

A missão que deve regressar a Zâmbia ainda hoje, reuniu-se ontem a tarde com o representante do Centro de Promoção de Investimentos (CPI) neste ponto do país, Anastásio Miguel Ndapassoa, ocasião que serviu não somente para obter informações sobre o ambiente de negócios e de investimento nessa região, como também permitiu ao grupo empresarial zambiano manifestar publicamente o seu interesse em levar a vante o referido projecto.

Robert N. Coventry, director da CHC Commodities, explicou que o projecto do grupo empresarial a que faz parte tem em vista promover o desenvolvimento do sector agrário nas regiões centro e norte de Moçambique, incluindo alguns países vizinhos, nomeadamente a própria Zâmbia, Malawi, Zimbabué e a República Democrática do Congo. Disse que o processo de instalação da fábrica deverá levar no máximo 12 meses a partir da data do seu início, estando tudo dependente da conclusão do trabalho de pesquisa de mercado em curso e da aprovação do projecto por parte das autoridades moçambicanas.

Entre algumas exigências a ter em conta para a obtenção da aprovação desse projecto por parte das autoridades nacionais figura a componente impacto ambiental, tendo em conta a complexidade que gravita em torno do manuseamento de fertlizes, detentores de bastantes compostos químicos.

Pela natureza do projecto, os ambientalistas geralmente aconselham para se examinar com profundidade a área onde o mesmo poderá ser implantado, sobretudo para para se evitar correr riscos de poluir o ambiente, principalmente a contaminação de solos, água, vegetação, animais e a própria saúde humana.

O Governo de Moçambique (GM) tem sido bastante rigoroso quanto a matérias de fórum ambiental. Na sua política de desenvolvimento, o GM privilegia investimentos sustentáveis do ponto de vista ambiental. Robert N. Coventry revelou que a CHC Commodities pretende introduzir no país um novo modelo de producão de fertilzantes, adaptado as necessidades e especificidades de cada tipo de solo e cultura agrícola. Mencionou, a título de exemplo, a produção de fertilizantes específicos para as culturas de Tabaco e Cana-de-Açúcar que tendem a predominar em extensas áreas agrícolas no centro e norte do país, especialmente em Sofala, Manica, Tete e Niassa.

Segundo explicou, trata-se de um modelo baseado na experiência em curso na Zãmbia onde o grupo empresarial possui duas fábricas do género a que será instalada em Sofala, uma na região de Mazabuka (sul) e a outra em Mkushi (norte), e que está a dar bastante sucesso.

No entanto, O Autarca apurou que as referidas áreas em Lusaka onde a CHC Commodities opera duas unidades fabris idênticas a que será implantada em Sofala localizam-se afastados dos centros urbanos, ou seja, são zonas maioritariamente concessionadas a exploradores de grandes farmas. Sabe-se que a preferência pela cidade da Beira e ou suas proximidades deve-se as facilidades que os empresários zambianos procuram para o escoamento das matérias primas que vão chegar em grandes volumes no Porto da Beira.

A fábrica a ser erguida nesta província estará capacitada para produzir anualmente cerca de duzentas mil toneladas de fertilizantes, cuja matéria prima será importada do Egipto, Jordânia e Bela Rússia, tendo como porta de entrada o Porto da Beira. Refira-se que o projecto da CHC Commodities está a ter um acompanhamento atento por parte das autoridades nacionais tanto no país como na Zâmbia através do Alto Comissariado Moçambicano em Lusaka, capital da Zâmbia.

Recentemente o Presidente da Zâmbia, Rupiah Banda, visitou a cidade da Beira com o objectivo de explorar as oportunidades de negócios e de investimento para incentivar o sector privado do seu país a desenvolver projectos nesta região moçambicana. Durante a visita, a Alta Comissária Moçambicana em Lusaka, Maria Leocádia Tivane Mate, que integrava a comitiva presidencial de Banda, exaltou o interesse do sector privado zambiano em investir em Sofala, referindose especialmente as potencialidades disponíveis sobretudo do ponto de vista infra-estrutural, nomeadamente bom porto, estradas e linhas férreas.

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Related Posts

error: Content is protected !!