O Primeiro-Ministro moçambicano, Aires Ali, reiterou segunda-feira, em Maputo, a importância das reformas em curso no sistema de educação profissional, vincando que estas terão a médio prazo o condão de mudar radicalmente a natureza e a estrutura da força de trabalho em Moçambique, com resultados positivos no sistema socio-económico do país.
Com estas reformas, segundo o Primeiro-Ministro, a força de trabalho tornar-se-á mais competitiva e mais produtiva, tanto ao nível interno como a nível regional, dado o processo de integração em curso.
“Com efeito, só apurando e desenvolvendo as nossas habilidades profissionais estaremos em condições de enfrentar os desafios da globalização no plano económico em geral e, na, esfera da produção industrial, em particular”, disse Aires Ali, discursando durante a cerimónia de Campanha de Publicidade, Marketing e Comunicação Social do Programa Integrado da Reforma de Educação Profissional (PIREP).
Para o Primeiro Ministro, os recentes acontecimentos verificados no país, e que ganharam expressão visível através dos levantamentos nas cidades de Maputo e Matola, alicerçam a urgência das reformas em curso com vista a facultar aos concidadãos os instrumentos necessários para se habilitarem profissionalmente de modo a ganharem condignamente a sua vida.
Nesta perspectiva, Aires Ali disse acreditar que a força de trabalho actualmente em formação vai permitir a transformação das riquezas naturais em bens materiais, “o que irá possibilitar a minimização da nossa condição de exportadores de matérias-primas para sermos também exportadores de produtos acabados”.
“Só desta maneira é que poderemos ter um papel mais actuante na determinação dos preços dos nossos produtos no mercado internacional”, acrescentou.
Nos dias 1 e 2 de Setembro corrente, as cidades de Maputo e Matola foram palco de violentas manifestações em protesto contra a subida de bens e serviços básicos tais como pão, água e electricidade. Estas manifestações resultaram em 13 mortos e mais de 150 feridos.
Na ocasião, Aires Ali apontou alguns desafios que constituem elemento fulcral para a realização da Reforma de Educação Profissional como por exemplo o Sistema Nacional de Qualificações Profissionais, bem como o respectivo Quadro Nacional de Qualificações Profissionais que, na sua visão, deverão corresponder às reais necessidades de emprego por forma que os graduados possuam enquadramento imediato no mercado de trabalho.
Outros aspectos arrolados pelo Primeiro-Ministro, centram-se na necessidade de uma estreita ligação entre a Reforma da Educação Profissional e o Sub-sistema de Educação Geral, a criação, pelo governo, do Sistema de Administração da Educação Profissional e do Observatório e Informação do Mercado de Trabalho.
O PIREP, órgão criado pelo governo com a missão específica de implementar um vasto programa no sistema de educação profissional em Moçambique, está a ser implementado desde 2006, sendo que esta primeira fase termina ainda no presente ano.
Durante este período foram várias as realizações com vista a revitalização e modernização do Sub-sistema da Educação Profissional.
Na componente da expansão da rede escolar, por exemplo, o Primeiro- Ministro destacou o facto de, durante os cinco anos, o número de escolas profissionais (públicas e privadas) ter passado de 44 para 97 instituições de nível básico e médio, o que corresponde a um crescimento de 121 por cento, e mais uma rede de 12 Centros de Formação Profissional do Instituto de Emprego e Formação Profissional, totalizando, deste modo, 109 instituições de género no país.
A Campanha Nacional da Publicidade, Marketing e Comunicação social do PIREP, lançada segunda-feira, visa divulgar as principais realizações em matéria da educação profissional em Moçambique e sensibilizar os vários intervenientes neste processo para uma melhor conjugação de esforços na implementação da reformo.
