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Reclamado afastamento de um director do Barclays Bank

Desconhecidos falando em nome de alguns trabalhadores do Barclays Bank de Moçambique estão a fazer circular uma carta contendo acusações graves contra um director daquela instituição, de nacionalidade portuguesa, reclamando o seu afastamento, alegadamente por abuso de poder e humilhação dos moçambicanos.

“Moçambique é dos moçambicanos. Samora, Mondlane e Chissano lutaram para libertar este país da colonização e ditadura portuguesas. Porquê devemos continuar a ser escravizados?”, é assim que começa a referida carta, de duas páginas, que a responsável sindical do Barclays Bank, Anita Chongo, disse, ao Correio da manhã, ter visto um exemplar.

Os autores da carta, que não se identificam nem nunca se dirigiram formalmente ao sindicato da empresa, segundo Chongo, acusam o director cujo nome tem as iniciais AB (omitimos a identidade porque fracassaram os nossos esforços para ouvir a sua versão), de assediar sexualmente subordinadas, insultar e humilhar colegas de nacionalidade moçambicana.

Acrescentam ser com espanto que viram AB ser promovido de director de Corporate para director de Banking no Barclays, banco onde uma das vítimas dos alegados assédios sexuais do acusado teria acabado por abdicar do seu cargo na instituição “por não aguentar tanta pressão”.

O sindicato

Na posse da referida carta, o Correio da manhã tentou, junto de Anita Chongo, que trabalha naquele banco desde 1987 e lidera o sindicato daquela instituição desde Fevereiro deste ano, e do Director de Marketing e Comunicação do Barclays Bank Moçambique, SA, Alfredo Mucavele, decifrar as iniciais JG, como é identificada a tal funcionária que não suportou “tanta pressão e tanto assédio” alegadamente protagonizado pelo director AB.

Seguindo o fio da história narrada na carta, mas sem juras, Chongo e Mucavele avançaram um nome completo de JG, que igualmente omitimos, em homenagem à deontologia profissional que guia qualquer jornalista responsável no exercício da sua actividade.

Os autores da missiva interrogam- se por quanto tempo mais vão ter que suportar as alegadas sevícias do director AB, uma vez que, frisam, teriam, inclusivamente, enviado cartas à sede do Barclays na África do Sul, mas sem resultados palpáveis, presumivelmente porque o acusado teria cobertura da cúpula da instituição em Moçambique.

Marketing

Os autores da carta ameaçam levantar ainda mais a sua voz, via media, e buscar a intervenção da ministra do Trabalho, “pois sabemos que ela está para defender o trabalhador que é humilhado e maltratado sem justa causa…” caso não seja afastado o director AB.

“Este é o nosso grito de revolta e pedimos justiça porque estamos a sofrer. Este senhor agora que foi promovido irá mandar em todas as agências, ou seja, todos iremos ser seus subordinados directos ou indirectos. O que será de nós? Onde iremos parar?”, pode se ler, a dado passo, na referida carta. Mucavele lamentou o facto de os autores desta denúncia não “darem a cara”.

“Temos regulamentos e códigos de conduta internos que estas denúncias feitas directamente, com nomeação de casos concretos, o banco iria investigar, com a identidade dos denunciantes mantida em sigilo, e tomar medidas apropriadas, caso se justificasse”, realçou Mucavele, em declarações ao Correio da manhã.

Sempre corroborado por Chongo, o director de Marketing e Comunicação do Barclays Bank Moçambique, SA repetiu a disponibilidade da instituição em receber e investigar denúncias, sejam elas quais forem, e repetiu uma mensagem tranquilizando eventuais vítimas que a sua identidade será protegida, caso façam denúncias apontando casos concretos.

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