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Governo empenhado em ajudar camponeses a duplicar rendimentos

O Presidente moçambicano, Armando Guebuza, afirmou que o Governo esta a intensificar a formação de técnicos por forma a que o esforço actualmente empreendido pelos camponeses duplique os seus resultados. “Temos acordos para a formação de técnicos e já temos jovens a estudar como melhorar as sementes, enriquecer a terra para produzir mais”, disse Guebuza, falando esta segunda-feira num comício popular no Posto Administrativo de Goonda, distrito de Chibabava, província central de Sofala, no ultimo dia da sua visita de trabalho de quatro dias a este ponto do pais.

Este pronunciamento de Guebuza surgiu depois de as populações locais terem se queixado de fome, principalmente devido a falta de agua, ou mesmo por causa da irregularidade das chuvas. Goonda é uma zona atravessada por um rio e que por falta de técnicas de retenção da agua a mesma passa sem que as populações se beneficiem dela, principalmente para irrigar os campos.

Estes e outros problemas que enfermam a agricultura, a principal actividade de sustento da população moçambicana, fizeram, segundo Guebuza, com que o Governo apostasse na Revolução Verde, com o objectivo de incrementar os rendimentos na agricultura. “É por isso que criamos a Revolução Verde para aumentarmos a produção agrária”, afirmou Guebuza, acrescentando, por outro lado, que o Governo também apostou em extensionistas para ensinarem aos camponeses as formas de melhorar a produção.

Actualmente, toda a província de Sofala é assistida por 52 extensionistas mas estes só chegam para 57 mil produtores das 390 mil famílias camponesas existentes nesta província. Ainda sobre a componente formação de quadros, Guebuza disse que os moçambicanos devem deixar de depender da água das chuvas, para passarem a produzir a qualquer altura do ano.

“Esta dependência vai deixar de existir se soubermos dominar a agua”, afirmou Guebuza, que, durante esta “Presidência Aberta e Inclusiva” a Sofala, orientou quatro comícios populares, em igual número de Postos Administrativos. Segundo Guebuza, já há moçambicanos que produzem com o seu saber bombas de agua para irrigação dos campos e isso é sinal de que com algum esforço este tipo de problemas passarão para a historia.

No âmbito da Revolução Verde, Sofala esta a implementar o Plano de Aumento da Produção de Alimentos (PAPA), estando já em execução nos distritos de Caia, Maringue, Gorongosa, Chibabava, Buzi, Nhamatnada, Dondo e Cidade da Beira, com maior potencial agro-ecologico para as culturas de milho, arroz, girassol, soja e batata-reno. Neste Plano em Sofala destaque vai para a intensificação da utilização de adubos orgânicos, promoção da mecanização, uso de sementes melhoradas e fertilizantes, reabilitação de quatro regadios e implantação de dez pequenos sistemas de rega numa área total de 157 hectares.

Ainda quanto a operacionalização deste PAPA, na campanha agrícola 2009/10 foram aprovisionadas sementes das culturas de milho, arroz, soja, girassol e batata-reno, num total de 751 toneladas, contra apenas 370 toneladas, em 2008, um incremento de mais de 100 por cento.

Sete milhões não se julgam apenas pelo nível de desembolsos e reembolsos

Falando esta segunda-feira, numa conferencia de imprensa, já na vila sede do distrito de Chibabava, que marcou o final da sua visita a Sofala, Guebuza disse não ser correcto julgar-se o Fundo de Desenvolvimento Distrital (FDD), vulgo sete milhões de Meticais, pelo seu nível de desembolsos e reembolsos.

“Não julgaríamos correctamente os sete milhões se olharmos apenas nos desembolsos e reembolsos porque hoje há camponeses que possuem, por exemplo, motorizadas graças aos negócios que tem a partir deste fundo, como é o caso de moajeiras”, declarou o estadista moçambicano.

De acordo com Guebuza, o indicador transformação socio-económica é muito fundamental principalmente na vida rural, onde a pobreza esta mais acentuada. Contudo, segundo o Presidente, esta transformação, muitas das vezes, vem com problemas como é o caso dos ‘sete milhões’.

Com efeito, desde que este fundo foi instituído em 2006 ajudou a melhorar a vida social e económica no campo, mas também trouxe consigo problemas tais como o fraco nível dos desembolsos, ocorrência de actos de extorsão e suborno na sua atribuição por existir maior apetência pelo fundo, entre outros problemas.

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